Imigração: o circo que pegou fogo

Assistimos recentemente, através dos canais de comunicação, ao que Irineu Teixeira chamou, não de terceiro, mas de “quarto” e “quinto mundo”. O que aconteceu em Paris após o Paris Saint-Germain (PSG) ganhar a Liga dos Campeões é uma vergonha. É aliás, absolutamente condenável. É o total colapso da sociedade civil e pura selvageria. Os parisienses (e seus coletes amarelos) não são propriamente conhecidos pela sua temperança, mas o caos total em que ficou Paris não foi obra sua.
Isto leva-nos a uma questão importante, principalmente após os resultados das recentes Eleições Legislativas em Portugal. Falo do pluralismo cultural e da diversidade étnica que tanto promovem os bloquistas (do Bloco de Esquerda).
O multiculturalismo de Paris e de França faz-nos pensar. Praticamente todas as pessoas que aparecem nas imagens das celebrações da vitória do PSG não são de origem francesa. A grande maioria são imigrantes do Norte de África ou islâmicos. O estado em que deixaram Paris é lastimável. Recordo que o PSG ganhou pela primeira vez o título de Campeão Europeu. Ou seja, o que deveria ser um momento de celebração saudável e controlada transformou-se numa verdadeira carnificina. Mas para esta gente não importa ganhar ou perder. Qualquer oportunidade para “partir tudo” serve para justificar o injustificável. As imagens que passaram no telejornal mostram o Homem no seu estado mais bárbaro e primitivo. Tudo por causa de futebol! Mas será mesmo? A mim parece-me uma inclinação natural destas pessoas para a destruição de tudo o que nós procuramos preservar enquanto Estados-nação. Os valores e a cultura são claramente diferentes, por mais que os queiramos pensar iguais. As suas ações falam mais que qualquer parágrafo que possa aqui escrever.
Foram reportados inúmeros incidentes, como mulheres que não conseguiram abandonar os seus veículos por medo. Pânico nas estradas. Vandalismo e destruição maciça. Há inclusive mortes confirmadas. Este tipo de comportamento é preocupante e não pode passar impune. Estes criminosos devem ser responsabilizados pelos seus atos.
Dito isto, a Europa deve, com o máximo sentido de responsabilidade e urgência, repensar as suas sociedades e fronteiras, nomeadamente a quem as abre e de que forma. O que estamos a viver é o abandono total dos valores europeus. Ora, se já é difícil para os 50 países europeus manterem coesão, paz e prosperidade, a abertura ilimitada das fronteiras, sem regras claras, pode — e provavelmente levará —, a uma situação de desordem total.
É inevitável que no meio desta movimentação de pessoas vindas de países culturalmente muito diferentes de nós, se perca o sentido de nação e amor à pátria. Quero relembrar o lema da herança do século das luzes: “Liberté, Égalité, Fraternité”. Para os franceses, este lema tem um significado. A sua origem é o berço da nação francesa e cada francês deveria, orgulhosamente, cravá-lo no seu espírito. Porque não é apenas um lema. É cultura, instinto de união, é a Bastilha, é o convívio. Uma nação é fruto de séculos de sangue e sacrifício, partilha e glória, de canções e cantigas, histórias e lendas. Os nossos modos, a nossa comida, forma de pensar, de respeitar e obedecer a regras. Para quem não compreende nem conhece a História de determinada nação, uma estátua é apenas um bloco de pedra. Por isso violaram a estátua da Santa Joana d’Arc—símbolo da unidade francesa. O que é França para eles?
E a mim parece-me impossível que qualquer cidadão europeu se reveja neste tipo de comportamento. Os valores que defendemos são outros e as Instituições Europeias relembra-nos disso todos os dias. Mais! Não compreendo que agendas ideológicas possam beneficiar com o desmantelamento de nações inteiras. Será pura ignorância? Esta sede de poder não pode valer tudo. O discurso tem que mudar e as prioridades têm de ser outras. Acima de tudo, tem que haver responsabilidade política.
Como portuguesa, a mim preocupa-me ainda mais o que se passa dentro do nosso país. O resultado das recentes Eleições Legislativas são o reflexo de um Portugal farto disto tudo. Já não importa onde se situa o eleitor no espectro político. Todos estão fartos da anarquia em que vivemos há décadas. Mas com o passar do tempo, o cansaço vira preocupação. E a imigração desenfreada é um tema quente! Ninguém quer dizer o óbvio porque é politicamente incorreto e hoje somos todos muito sensíveis. Mas a verdade é que a França atual não são franceses! Tal como Portugal já não são portugueses! Os franceses, aliás, não se revêm em absolutamente nada do que se passou em França. O que vimos são bandidos. São autênticos gangues de arruaceiros a partir tudo e a intimidar pessoas inocentes pelo caminho. As bandeiras que aparecem ao fundo dos vídeos que vimos são maioritariamente da Palestina, de Marrocos e do Egipto. Não se veem bandeiras de França. Isto é uma invasão à Europa e o fim da França enquanto nação. O povo europeu está a ser substituído por outro qualquer e os nossos políticos limitam-se a assobiar para o lado.
Em Portugal, embora ainda não se viva uma situação tão alarmante, começa a desenhar-se um cenário semelhante a Paris. Isto explica-se se recuarmos até à Lei da Imigração que transformou Portugal numa fábrica de legalização de imigrantes, com consequências catastróficas para o país—e que nada tem a ver com a globalização. É legítimo perguntar por que razão António Costa e Constança Urbano de Sousa pressionaram a então Diretora do SEF a demitir-se. A resposta é simples: queriam forçá-la a mentir!
Em 2017, foi aprovada, com amplo apoio político e mediático, uma alteração legislativa que introduziu o mecanismo da “manifestação de interesse” no processo de regularização de imigrantes. A diretora do SEF, Luísa Maia Gonçalves, alertou na altura para os riscos dessa medida, antecipando consequências graves. Os números que se seguiram, a partir de 2017, confirmaram as previsões, com um aumento significativo nos processos, em contraste com os dados até à data de 2016.
Sublinho que o então líder da oposição, Pedro Passos Coelho, avisou repetidamente para o impacto potencialmente desastroso das mudanças promovidas pelo governo da Geringonça nas leis da nacionalidade e da imigração. Ninguém quis saber! Esses alertas foram ignorados com o intuito de afastar Passos Coelho a qualquer custo. Hoje, os efeitos dessa imprudência tornaram-se evidentes. E embora muitos tentem sacudir a água do capote, não podem com consciência dizer que não foram avisados.
Os nossos políticos devem repensar as suas estratégias políticas; e pensar que, se calhar, os votos das Legislativas dos nossos emigrantes não são racistas nem xenófobos. Não são votos de pessoas analfabetas ou ignorantes como muitos têm dito. São, por exemplo, votos de quem mora em Paris e está farto desta bandalheira. Com certeza, se algum dia voltarem a Portugal, não vão querer ver o mesmo festival acontecer aqui. Esta é uma análise política que eu gostava de ver os analistas políticos e jornalistas fazerem; invés de continuarem com as politiquices do costume que só desvalorizam a democracia.
Com a imigração descontrolada não há segurança, não há paz, não há liberdade. O que vimos acontecer em Paris é o que se passará em Portugal se os nossos políticos continuarem a ignorar o elefante na sala. Enquanto portugueses, não os podemos deixar. E viva Portugal!
observador