Espanha verificará se cidades atingidas por incêndios florestais ignoraram planos de prevenção

A medida ocorre em um momento em que aumentam as tensões entre o governo do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez e as autoridades regionais lideradas pelos conservadores sobre como controlar os incêndios que queimaram quantidades recordes de terra.

No sistema descentralizado da Espanha, os governos regionais lideram a resposta aos desastres, embora o estado central possa intervir quando as emergências aumentam.

As regiões noroeste da Galícia e Castela e Leão, juntamente com a Extremadura, a oeste, foram as mais afetadas pelos incêndios que assolam o país desde o início de agosto, sob um calor escaldante.

Os governos regionais são obrigados a elaborar estratégias de prevenção, mas o jornal El País informou que o governo nacional ainda não emitiu um decreto estabelecendo critérios comuns para tais planos.

Em sua carta às autoridades judiciais locais em todo o país, o promotor ambiental da Espanha, Antonio Vercher, argumentou que era "evidente" que a escala dos incêndios florestais decorreu da ausência ou má implementação de medidas de prevenção.

MAPAS: Como verificar incêndios florestais ativos na Espanha

Ele pediu aos promotores locais que considerassem apresentar acusações de responsabilidade criminal nos casos mais graves.

A Espanha enfrentou uma controvérsia semelhante em outubro de 2024, quando enchentes mortais na região oriental de Valência provocaram confrontos entre o governo de Sánchez e líderes regionais conservadores sobre a responsabilidade pela preparação para desastres.

Virginia Barcones, diretora geral de serviços de emergência, disse na quinta-feira que a melhora das condições climáticas deve permitir que os bombeiros façam "progresso significativo" na contenção das chamas.

Mais de 403.000 hectares (996.000 acres) foram queimados na Espanha este ano, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais.

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Isso supera o recorde anterior de 306.000 hectares em 2022, a pior temporada desde que os registros começaram em 2006.

Cientistas dizem que as mudanças climáticas estão provocando ondas de calor mais longas, intensas e frequentes em todo o mundo.

A baixa umidade no ar, na vegetação e no solo torna os incêndios florestais mais fáceis de iniciar e mais difíceis de controlar quando se espalham.