Das 13 metas de saúde, apenas 4 são alcançáveis

Com a chegada de três anos do governo do Presidente Gustavo Petro, o setor da saúde se encontra em um momento de profundas discussões e desafios. Embora a reforma da saúde tenha sido o tema central do debate político e social, é essencial avaliar os avanços e retrocessos nas principais metas de saúde pública, utilizando os indicadores de monitoramento do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) "Colômbia, uma Potência Mundial para a Vida", por meio do aplicativo Sinergia, do Departamento Nacional de Planejamento (DNP), e dados do Instituto Nacional de Saúde (INS). Embora o plano não tenha sido formulado por setor, mas sim por metas estratégicas, o governo se comprometeu com 13 metas e 13 indicadores em saúde. Monitoramos essas metas por meio do Observatório de Saúde Pública da Universidade dos Andes.
É importante ressaltar que não há evidências de monitoramento rigoroso por parte do Departamento Nacional de Planejamento. Muitos dos percentuais de conformidade, mesmo acima de 100%, correspondem a processos ou atividades específicos, mas não refletem o monitoramento dos indicadores populacionais.
Das 13 metas específicas de saúde pelas quais o Ministério da Saúde e suas entidades afiliadas são responsáveis, oito são difíceis de serem alcançadas até 2026, especialmente neste último ano de governo, dada a grave crise sanitária que está aumentando as barreiras de acesso e a intempestividade dos cuidados preventivos e médico-cirúrgicos. De acordo com a avaliação, quatro metas são alcançáveis ou alcançáveis com esforço, e uma meta, que se refere às doenças crônicas não transmissíveis, requer maior monitoramento por parte do setor saúde.
Taxa de mortalidade materna: um indicador de equidade e acesso A mortalidade materna é um dos indicadores mais sensíveis do estado de um sistema de saúde. Sua redução depende não apenas da qualidade da assistência médica, mas também do acesso a serviços de saúde oportunos e da equidade territorial. A meta do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) é reduzir a taxa de mortalidade materna para 32 mortes por 100.000 nascidos vivos.
De acordo com dados do DNP, o progresso em direção a essa meta é de 9,24% em dezembro de 2023. Dados do INS mostram uma tendência de queda na taxa de mortalidade materna em todo o país, caindo de 46,0 em 2022 para 44,5 em 2023. No entanto, a análise territorial revela disparidades preocupantes. A apresentação mostra uma alta concentração de mortalidade materna em departamentos como La Guajira, Chocó e Valle del Cauca, onde as taxas excedem em muito a média nacional. Isso destaca a necessidade de concentrar esforços e recursos nas regiões mais vulneráveis, abordando as barreiras geográficas e culturais de acesso e fortalecendo a rede de atenção primária nessas áreas. O progresso em direção à meta tem sido lento, e a lacuna regional continua sendo um desafio significativo.

Boletim Técnico sobre Pessoas com Deficiência Certificadas, Ministério da Saúde. Primeiro semestre de 2024. Foto: Ministério da TIC, SINERGIA-DNP, Ministério da Saúde.
A desnutrição na primeira infância é um problema de saúde pública com consequências a longo prazo para o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças. A meta do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) é reduzir a taxa de mortalidade por desnutrição em crianças menores de 5 anos para 3,37 por 100.000 crianças menores de 5 anos.
O progresso relatado pela Direção Nacional de Saúde Pública (DNP) é de 26,99% em dezembro de 2023. Embora os dados do INS mostrem uma redução no número de mortes por desnutrição aguda em crianças menores de 5 anos entre 2023 e 2024 (de 288 para 211), a taxa de mortalidade permanece alta em algumas regiões do país. Este indicador está diretamente relacionado à segurança alimentar e às condições socioeconômicas, portanto, sua melhoria depende de intervenções intersetoriais que vão além do sistema de saúde. A resposta do governo deve ser abrangente, fortalecendo os programas de alimentação escolar, o acesso à água potável e o saneamento básico, especialmente nas áreas rurais e nos territórios mais afetados.
Taxa de mortalidade de menores de 5 anos: um indicador do bem-estar infantil O progresso do Instituto Nacional de Estatística (DNP) para este indicador é de 19,69% em dezembro de 2023. A apresentação do Instituto Nacional de Estatística (INS) mostra uma tendência de queda na taxa de mortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade devido a infecção respiratória aguda (IRA), doença diarreica aguda (DDA) e desnutrição aguda (DMRI), as principais causas evitáveis de morte nessa população. A taxa nacional de mortalidade entre crianças menores de 5 anos de idade foi de 18,3 mortes por 100.000 crianças menores de 5 anos de idade em 2024. Apesar do progresso, esse número continua sendo um desafio e requer maiores esforços em atenção primária, vacinação e educação em saúde para as famílias. Reduzir essas mortes é uma prioridade que deve ser fortalecida para garantir o desenvolvimento saudável das gerações futuras.

Boletim Técnico sobre Pessoas com Deficiência Certificadas, Ministério da Saúde. Foto: Ministério da TIC, SINERGIA-DNP, Ministério da Saúde.
Doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como diabetes, hipertensão, câncer e doenças cardiovasculares, são a principal causa de morte no país. A meta do Plano Nacional de Desenvolvimento é reduzir a taxa de mortalidade prematura por DCNTs para 240.
O Planejamento Nacional mostra um progresso de 660,53% em direção a essa meta em dezembro de 2023, o que sugere que a meta foi amplamente superada; no entanto, isso não corresponde à realidade. As doenças crônicas não transmissíveis são a principal causa de morbidade e mortalidade na Colômbia e são onde há menos informações disponíveis.
Conclusão final Três anos após o início do governo Petro, a situação da saúde é mista. Houve progresso na redução da fertilidade adolescente. No entanto, em indicadores-chave como mortalidade materna e desnutrição infantil, os desafios persistem e as lacunas regionais são evidentes.
eltiempo