O setor de TIC da Colômbia enfrenta o desafio sozinho / Análise do Editor de Multimídia

O setor de tecnologia colombiano encontra-se em um momento decisivo, em que o potencial de crescimento colide com a inércia estrutural e a cautela intrínseca do mercado. Além disso, o Orçamento Geral da Nação (OGN) deixou claro que, para o atual governo e o Ministério das TIC, este setor não é relevante. A proposta orçamentária de 2026 prevê um corte de 23% na área de tecnologia da informação e comunicação.
Felizmente, o setor de TIC, impulsionado principalmente pelo compromisso fiel da iniciativa privada, das operadoras de telecomunicações e das multinacionais, ostenta resiliência, se não inovação.
As projeções são otimistas, colocando os gastos globais com TI acima de US$ 5,7 bilhões até 2025, com crescimento local projetado de 9,6% para este ano — um número que triplica o crescimento da economia nacional.
As TICs, tanto na Colômbia quanto no mundo, não são apenas um motor de competitividade, mas também um pilar fundamental para o progresso socioeconômico do país. Não é por acaso que, na Europa, nos Estados Unidos e em toda a Ásia, o investimento em TICs e inovação está entre as principais prioridades e relevâncias.

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Portanto, este setor terá que enfrentar seus principais desafios sozinho. Os gastos per capita em tecnologia e investimento em relação ao PIB na Colômbia são inferiores à média regional, indicando uma necessidade urgente de acelerar o ritmo. Essa cautela não é acidental, mas sim o resultado de uma combinação de fatores. Por um lado, a atual incerteza econômica está levando ao adiamento de investimentos de longo prazo. Por outro, o mercado colombiano não é conhecido por ser um pioneiro na adoção de tecnologias, o que cria um risco de defasagem competitiva.
A adoção de tecnologias como a inteligência artificial (IA) é um exemplo eloquente dessa cautela. Embora 69% das empresas colombianas antecipem um impacto significativo da IA, superando a média latino-americana, muitas organizações ainda estão nas fases de prova de conceito ou adoção dessa revolução.
Essa lentidão na adoção em massa é um perigo iminente que pode deixar as empresas colombianas em desvantagem em comparação aos concorrentes internacionais.
E, para completar, o investimento e o impulso estão se concentrando na inovação tecnológica. Bogotá atraiu 60% dos projetos de investimento estrangeiro direto em software e TI nos últimos seis anos, gerando mais de 42.000 empregos.
E o resto do país? O investimento tecnológico impulsiona aspectos como a promoção de talentos humanos, especialmente em carreiras STEM, talentos qualificados e a construção de ecossistemas de inovação que devem se espalhar por todas as regiões. Apesar de tudo e contra todas as probabilidades, estou confiante de que este setor mostrará mais uma vez sua coragem e o amor que tem pela Colômbia. Mesmo que o faça sozinho, sem nenhum contraponto importante do governo.
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