Treinamento de ciclismo: Dicas para descidas de montanha e curvas




Descida com cautela : fazer curvas com uma moto de corrida requer aprendizado
Paolo Graziosi / Getty Images
Estamos em meados de agosto, e o verão é um presente para mim ano após ano. Semanas de sol, dias longos com luz quente e vistas desimpedidas dos picos mais altos. Aproveito ao máximo esse tempo: incontáveis quilômetros, muitos deles nas montanhas, viadutos com nomes evocativos que me inspiram admiração a cada ano – e que, a cada repetição, se tornam um pouco mais familiares.
Os Alpes entre Munique e o Tirol do Sul costumavam ser meu "jardim da frente" – hoje são os Pireneus Orientais na Espanha e no sul da França. Para mim, pedalar nas montanhas é uma experiência completa. Não são apenas as subidas que queimam as pernas, mas principalmente as descidas, que exigem concentração total, técnica e, depois de dominá-las, oferecem um prazer enorme.
Lembro-me bem dos meus primeiros anos em uma bicicleta de estrada. Descer significava pisar no freio, tensão corporal como se fosse ginástica e mais medo do que alegria. Então, acontece o que acontece com todos em algum momento: um acidente na descida – seja por um momento de desatenção, cascalho solto ou simplesmente sem motivo aparente. Isso costuma ser um ponto de virada para a mente. O resultado são bloqueios mentais que transformam cada curva em um obstáculo.

Ulrich Bartholmös é consultor e um dos ultraciclistas mais bem-sucedidos da atualidade. O atleta de esportes radicais compete em corridas que variam de 700 a 4.300 quilômetros, sem apoio algum, com o relógio correndo sem parar. Bartholmös estabeleceu vários recordes de percurso. Como diretor-geral de uma consultoria de gestão, ele apoia empresas de médio porte em sua transformação digital e compartilha suas experiências no ciclismo de resistência em palestras e workshops com executivos: www.uba-cycling.de
Mas posso garantir: adoro descer ladeiras ultimamente. No entanto, levou tempo e prática até que eu me sentisse confiante. Então, gostaria de compartilhar algumas ideias sobre como você pode melhorar sua técnica de pilotagem e, acima de tudo, ganhar mais confiança e prazer na sua bike.
Condução de curvas: visão, linha, técnicaSe você quiser levar apenas uma dica: seu olhar guia a bike. Nunca olhe diretamente para a roda dianteira, mas sempre olhe para onde você quer ir — na curva, em direção à saída. Essa regra simples faz mais diferença do que qualquer roda de carbono, não importa quão rígida seja.
A técnica correta para fazer curvas começa com a escolha da linha correta: aproxime-se o mais para fora possível, gire para o centro da curva e, em seguida, role novamente para fora – "fora – dentro – fora", como em um livro didático. Preste atenção à superfície da estrada, incluindo lascas soltas, faixas de asfalto e áreas molhadas. O pé de fora deve estar no chão e receber peso ativo, enquanto o pé de dentro permanece em cima. A roda pode ser levemente inclinada para dentro da curva, mantendo a parte superior do corpo e o olhar firmes.
Frenagem: medida e preditivaFrear não é uma reação de pânico, mas uma técnica. Muitas pessoas freiam tarde demais, bruscamente ou de forma unilateral — especialmente com muita força na dianteira. Isso pode ser perigoso. É melhor desacelerar de forma uniforme e cuidadosa, com os dois freios, antes da curva. O ideal é não frear novamente depois de entrar na curva. Em vez disso, controle a velocidade, mantenha os olhos na estrada e permaneça na trajetória correta.
Outra dica prática: ao descer, segure conscientemente o guidão inferior. Isso lhe dá mais controle sobre os freios, pois você pode modular a frenagem com mais precisão a partir dessa posição e, ao mesmo tempo, desloca automaticamente o centro de gravidade um pouco mais para baixo e para trás. Isso melhora a estabilidade e garante uma seleção de trajetória mais segura e suave, especialmente em curvas rápidas. Experimente – você notará a diferença!
Os freios a disco modernos oferecem excelente modulação, mas os freios de aro também funcionam de forma confiável – desde que estejam devidamente ajustados e as pastilhas estejam em boas condições. Verifique regularmente a espessura das pastilhas, o curso da alavanca e a centralização dos freios, especialmente ao pedalar em terrenos alpinos.
Muitos ciclistas de estrada simplesmente deixam a bicicleta rolar ladeira abaixo e se surpreendem ao ver a dirigibilidade parecer esponjosa ou instável. Melhor ainda, pedale ativamente! Desloque o peso do corpo ligeiramente para trás ao frear para evitar travar a roda dianteira. Em curvas rápidas, ajuda empurrar a bicicleta suavemente para dentro da curva, mantendo a parte superior do corpo o mais neutra possível. Mantenha os braços relaxados, os ombros baixos e as mãos firmes no guidão — mas não tensas.
Pessoalmente, gosto de descer ladeiras com os braços ligeiramente flexionados, deixando a bike fazer o trabalho embaixo de mim e sempre mantendo o olhar bem à frente. Isso me permite reagir rapidamente quando as coisas mudam – e manter o controle.
Nem sempre precisa ser um treino técnico (embora eu recomende fortemente). Existem inúmeros vídeos de boas técnicas de ciclismo no YouTube — da GCN (Global Cycling Network), Rennrad-News ou de instrutores independentes, por exemplo. Preste atenção a explicações claras e demonstrações visuais — dez minutos de vídeo costumam ser mais eficazes do que dez anos de intuição.
O material também pode contribuir para a segurança:
• Pneus mais largos: em vez de 25 ou 26 milímetros, opte por 28 ou até 30 milímetros – especialmente em superfícies irregulares ou nas montanhas. Mais volume significa mais conforto, melhor aderência e maior tolerância a pequenos erros de pilotagem.
• Ciclismo sem câmara: menor pressão permite melhor contato com o solo. Ao mesmo tempo, o risco de picadas de cobra em buracos é reduzido.
• Aros de carbono: recomendados apenas em certas condições para descidas com freios de aro. A eficácia da frenagem pode diminuir em condições quentes e úmidas — os freios a disco também têm uma vantagem aqui.
• Fita de guidão aderente: um recurso pequeno, mas eficaz. Se você não escorregar ladeira abaixo, pedalará com mais tranquilidade.
• Verifique a posição do selim: um selim muito para a frente ou para trás pode afetar negativamente o equilíbrio. Um ajuste adequado da bicicleta também é importante nesse sentido.
A técnica de pedalar não é mera coincidência — ela pode ser aprendida, praticada e aprimorada. Encontre uma passagem tranquila na montanha ou um trecho sinuoso com boa superfície e pratique especificamente: curvas, acompanhamento visual, frenagem. Se não tiver certeza, faça um curso — muitos clubes de ciclismo ou instituições de treinamento em técnica de pedalar podem ajudar com isso. E acredite: a confiança na sua própria técnica mudará significativamente sua experiência de pedalar.
Hoje, desço ladeira muito mais rápido do que antes — mas, o mais importante, com muito mais segurança. E com um sorriso enorme no rosto.
Com isso em mente: mantenha-se na linha, mantenha os olhos na estrada à frente e aproveite o vento ao descer.
Dela
Ulrich Bartholmoes
PS: Quais são as suas experiências? Tem alguma dica? Escreva para mim – aguardo seu contato.
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