As histórias por trás dos naufrágios mais assustadores da história

O renomado arqueólogo subaquático James Delgado apareceu no "CBS Mornings" na sexta-feira para discutir seu novo livro, "The Great Museum of the Sea", e refletir sobre mais de 50 anos de busca por naufrágios históricos ao redor do mundo.
Delgado, que investigou mais de 100 naufrágios em todo o mundo, ganhou atenção internacional em 2019 ao descobrir o Clotilda, o último navio negreiro conhecido a chegar aos Estados Unidos. A descoberta foi posteriormente apresentada em um quadro do programa "60 Minutes" com Anderson Cooper.
O fascínio do arqueólogo por naufrágios começou na infância, quando crescia na região da Baía de São Francisco, onde aprendeu sobre os navios da Corrida do Ouro de 1849. Ele disse que localizar naufrágios exige muita preparação.
"É preciso uma equipe. E essa equipe inclui oceanógrafos, pessoas que entendem de correntes. Também estamos analisando registros e mapas antigos. Também estamos tentando entender a perícia disso", disse ele.
O processo envolve a análise de fatores como velocidade do navio e padrões de navegação. Uma vez localizados, os destroços muitas vezes não correspondem às expectativas populares.
"Temos ótimas imagens que as pessoas consideram naufrágios, mas há uma pilha de foguetes, madeira e âncora, e então você pensa: 'O que exatamente estou vendo aqui?'", disse ele.
Em seu livro, Delgado descreve o mar como "o maior museu da Terra" e argumenta que cada naufrágio tem uma história para contar.
"Acho que o mais importante que as pessoas devem lembrar sobre naufrágios é que não há problema em terem significados diferentes", disse Delgado. "Algumas pessoas gostam deles porque inspiram com histórias de bravura. Outras são trágicas e tristes. Para alguns, são os túmulos de familiares. Mas, para outros, são uma ótima oportunidade para mergulhar e explorar."
O arqueólogo também explorou o Titanic, descrevendo a experiência como avassaladora, apesar da fama do navio.
"Nada prepara você para ver 'Titanic'", disse ele.
Após uma descida de 2,5 horas em um submersível russo, com uma pressão tão intensa que "um copo de café de isopor comum é espremido" quando preso do lado de fora, Delgado disse que a expectativa desapareceu de repente quando o navio apareceu.
"Lá estava ele, surgindo da escuridão", lembrou ele. "Um casco enorme, elevando-se duas vezes mais alto que o teto aqui. Ainda pintado, mas com manchas de ferrugem e rusticidades laranja, amarelas e vermelhas. E então uma vigia aberta e outra fechada."
Delgado descreveu um momento particularmente assustador: "Um dos momentos mais assustadores — porque o 'Titanic' é um navio dos mortos — foi quando olhei pela primeira vez pela vigia, a 4 quilômetros de profundidade, para as luzes — pude ver um rosto me olhando na vigia. Era o meu próprio reflexo."
Ele refletiu sobre a persistência do navio: "Este navio, afundado, em ruínas e ainda se deteriorando, é o palco onde se desenrolou um dos dramas mais poderosos que todos conhecemos, o naufrágio. E você está lá."
" O Grande Museu do Mar" está disponível onde quer que livros sejam vendidos.
Analisa Novak é produtora de conteúdo da CBS News e do programa "CBS Mornings", vencedor do Emmy. Baseada em Chicago, ela é especialista em cobertura de eventos ao vivo e entrevistas exclusivas para o programa. Analisa é veterana do Exército dos Estados Unidos e possui mestrado em comunicação estratégica pela Universidade Quinnipiac.
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