Pedro Nuno Santos pede demissão de Carlos Moedas

Pedro Nuno Santos pediu a demissão de Carlos Moedas como presidente da Câmara de Lisboa, na sequência do acidente do ascensor da Glória. “Tenho visto algumas pessoas tentarem evitar o inevitável: a assunção de responsabilidades políticas pelo atual Presidente da CML”, escreveu o antigo Secretário-geral do PS numa publicação no Facebook. “Sobre responsabilidade política, para sabermos quem a tem neste caso, não é preciso esperar por nenhuma investigação.”
Pedro Nuno Santos considera que o presidente da Câmara de Lisboa “é prisioneiro das suas próprias declarações” por ter exigido, em 2021, a demissão de Fernando Medina, após o ‘russiagate’. “Moedas dizia que era necessário um novo tipo de políticos, os que assumiam as suas responsabilidades, mesmo perante um ‘erro técnico’”, disse.
Esta posição assumida por Pedro Nuno Santos não foi a mesma de Alexandra Leitão, a candidata socialista à Câmara de Lisboa, escolhida por Pedro Nuno Santos e sua antiga líder parlamentar. Em entrevista, na noite de quinta-feira, Alexandra Leitão defendeu que era preciso apurar todas as responsabilidades, mas frisou que não pedia a demissão de Moedas.
Sobre o acidente, o deputado socialista defendeu a união sindical FECTRANS por ter pedido que, para além de se apurarem as causas imediatas, se verifiquem os efeitos da externalização da manutenção, que data de 2007.
“O que há de irrazoável nesta exigência? A FECTRANS sempre foi contra a externalização da manutenção. A manutenção é mais eficaz quando beneficia do conhecimento acumulado, transmitido por sucessivas gerações de trabalhadores. Será, aliás, importante saber quais as qualificações e experiência dos trabalhadores encarregues da manutenção, bem como o seu vínculo à empresa de manutenção”, argumenta o socialista..
Pedro Nuno Santos lembrou que em 2019, quando era ministro das Infraestruturas a EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário) foi reintegrada na CP e diz que as equipas de manutenção da empresa ferroviária foram nesse altura reforçadas “com a contração de mais técnicos e com a reabertura das oficinas de Guifões”.
“Não sabemos se este acidente teria sido evitado se não tivesse havido a externalização da manutenção, mas, como pede a FECTRANS, é necessária uma avaliação séria, numa área tão critica como é a da segurança”, defende o ex-líder do PS.
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