Morre Arlindo Cruz, um dos maiores nomes do samba brasileiro

Morreu, nesta sexta-feira 8, aos 66 anos, o cantor e compositor Arlindo Cruz. A morte foi confirmada pela família do artista e aconteceu no Hospital Barra D’Or, na zona oeste do Rio.
O cantor, que sofria com as sequelas de um acidente vascular hemorrágico ocorrido em 2017, estava internado desde março desta no para tratar uma bactéria resistente, decorrente de uma pneumonia.
Arlindo Cruz era um dos maiores nomes do samba. Nascido no Rio de Janeiro em 14 de setembro de 1958, iniciou sua carreira em 1981 em rodas de samba do Cacique de Ramos, ao lado de artistas como Jorge Aragão, Beto sem Braço e Almir Guineto.
Compositor, teve muitas de suas canções regravadas por grandes nomes da música, é o caso de Meu Lugar, gravada por Beth Carvalho; também estão na lista O Show Tem Que Continuar, originalmente lançada pelo Fundo de Quintal, também regravada por Beth Carvalho e Xande de Pilares; e Ainda é Tempo Pra Ser Feliz, de autoria de Arlindo, em parceria com Sombra e Sombrinha, e lançada no álbum de Zeca Pagodinho.
Arlindo integrou o grupo Fundo de Quintal até 1993, e depois lançou carreira solo. Entre 1996 e 2002, em parceria com o músico Sombrinha, lançou cinco álbuns, e o primeiro, Da Música (1996), vendeu sessenta mil cópias. O último projeto artístico do cantor foi Pagode 2 Arlindos, feito em 2017 com o filho Arlindinho.
O sambista venceu mais de vinte e seis prêmios, incluindo o 26.º Prêmio da Música Brasileira, e é detentor de dezenove disputas de samba-enredo pelas escolas Império Serrano, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu. Foi indicado ao Grammy Latino cinco vezes, sendo quatro na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode e um na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa.
Em nota, a família e a equipe do sambista lamentaram a sua morte. “Arlindo foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram o seu caminho. Sua voz, suas composições e seu sorriso permanecerão vivos na memória e no coração de milhões de admiradores”, escreveram.
O sambista Sombrinha, parceiro de Arlindo em vários trabalhos, também registrou o seu pesar nas redes sociais. “Hoje… o samba entardeceu triste. Perdi meu compadre. Meu parceiro. Meu irmão de tantas histórias, uma amizade de longa data“, escreveu. “Foi-se um dos maiores poetas do samba. Um gênio da música brasileira. Um instrumentista único, que transformava notas em emoção. O seu legado é imenso… e eterno. Nós vamos seguir… cantando seus sambas… Eternamente, Arlindão”, completou.
CartaCapital