20 séries com episódios curtos para ver entre mergulhos

Mergulhar, espalhar protetor, apanhar sol, dormir uma sesta, repetir. Os planos para os dias de férias não precisam de ser muito mais do que isto, mas podem incluir algum tempo para ler um livro ou ver uma série — nada de muito pesado ou longo, apenas o suficiente para umas gargalhadas, um pouco de sarcasmo, mistério ou romance.
Ted Lasso (na série com o mesmo nome), que se desdobra em atos de generosidade e exibe um otimismo por vezes irritante, acaba por conquistar os mais céticos e ajudará a manter os dias de descanso positivos e leves. Os protagonistas de Schitt’s Creek são inconvenientes e arrogantes (mas hilariantes na mesma proporção), enquanto o humor negro confere a Barry (que protagoniza o projeto homónimo), um assassino a soldo, algum tipo de empatia. Há uma relação que começa em Ninguém Quer Isto e outra que acaba em As 4 Estações, além de crimes para resolver acompanhando os detetives amadores de Homicídios ao Domicílio.
Podemos igualmente rir em português com Pôr do Sol e a sua sátira às novelas ou Último a Sair, uma sátira a reality shows; ou em espanhol, com a incapacidade de os Machos Alfa se adaptarem a um mundo onde as mulheres são emancipadas e independentes. Friends é o clássico dos clássicos e acompanha a vida de um grupo de amigos nova-iorquinos no meio dos anos 90, década que também domina Derry Girls, uma viagem revivalista para todos os que foram adolescentes nessa época. Há duas protagonistas brilhantes que conduzem comédias de lados opostos do Oceano Atlântico, Phoebe Waller-Bridge e o humor britânico de Fleabag ou Julia Louis-Dreyfus como vice-presidente dos EUA em Veep, e opções de animação, com Os Simpsons ou Rick e Morty.
A lista é potencialmente infinita, mas o Observador reuniu 20 séries imperdíveis, com episódios curtos e personagens cativantes. Cada capítulo dura menos de meia hora, o tempo ideal para fazer uma pausa entre mergulhos.
Agora que a produção da quarta temporada começou finalmente, após muita insistência dos fãs, é o momento ideal para ver ou rever esta comédia que acompanha um treinador de futebol americano, Ted Lasso (Jason Sudeikis), que não percebe nada de futebol e, mesmo assim, aceita treinar o AFC Richmond, um clube da Premier League, em Inglaterra. Num ambiente hostil, o demasiado positivo Lasso tem de provar que é mais do que um americano tonto que não faz ideia daquilo em que acaba de se meter.
Com mais de 70 prémios, entre os quais 13 Emmys, Ted Lasso é das comédias mais elogiadas dos últimos anos. Apesar de ter uma narrativa simples, é feita de personagens empáticas e o principal objetivo é sempre proporcionar uma meia hora, no mínimo, positiva.
O protagonista surgiu pela primeira vez em 2013, tendo sido criado para um anúncio da NBC Sports sobre a Premier League. Anos mais tarde, Sudeikis decidiu explorar mais a personagem e chamou Bill Lawrence (criador de Scrubs) para desenvolver uma série. No elenco contam-se nomes como Juno Temple, Hannah Waddingham e Brett Goldstein.
“Schitt’s Creek”“Será que, sem dinheiro, as Kardashian continuariam a ser as Kardashian?” Esta foi a questão que deixou Dan Levy a pensar num dia em que estava a ver reality shows. Acabaria por ser também o ponto de partida para a série que viria a desenvolver com o pai, o também ator Eugene Levy.
Os abastados Rose, a família de protagonistas que criaram, perdem toda a fortuna depois de serem enganados por um sócio. Na miséria, resta-lhes apenas uma pequena cidade que em tempos o patriarca, Johnny, comprou como piada. É para Schitt’s Creek, uma terriola perdida algures no Canadá, que se mudam. Contudo, os hábitos arrogantes e desfasados da realidade vão causar muitos atritos com a população.
Um motel decrépito é o único sítio onde Johnny, a mulher e antiga atriz de novelas Moira (Catherine O’Hara) e os filhos mimados e inúteis David (Dan Levy) e Alexis (Annie Murphy) conseguem instalar-se. A partir daí começam uma data de peripécias que vão fazer os Rose descer à Terra — ou talvez não.
Em 2020, Schitt’s Creek foi a primeira série da história dos Emmys a vencer nas quatro categorias de representação: Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Secundário e Melhor Atriz Secundária.
“As 4 Estações”Ser criada, escrita e interpretada por Tina Fey é um bom cartão de visita para qualquer série. Ainda assim, a ideia não é nova, baseia-se num filme de Alan Alda de 1981, mas ganha um novo fôlego (e público) com as interpretações da própria Fey, Steve Carell, Colman Domingo e Will Forte.
A história acompanha três casais de amigos que passam férias juntos em todas as estações do ano. Porém, quando um deles se separa, escolhem-se lados e revelam-se tensões e segredos que ninguém queria ver.
Depois do sucesso da primeira temporada — que tem sobretudo um registo cómico, polvilhado com alguns momentos de tragédia e drama —, a Netflix encomendou uma segunda temporada que deverá estrear-se em 2026.
“Barry”Ele é um assassino contratado, mas é também um homem atormentado pela culpa, a solidão e a depressão. Quando segue um dos homens que tem de matar até Los Angeles, descobre um novo propósito de vida em aulas de representação. Barry (Bill Hader) quer ser ator, mas Barry não consegue fazer um corte definitivo com a vida antiga.
A comédia de humor negro foi criada, escrita e protagonizada por Bill Hader, que realizou também alguns episódios — Alec Berg, produtor executivo de Silicon Valley e Seinfeld, foi o seu grande parceiro no projeto. Porém, este último começou por achar que a história de um assassino contratado jamais poderia ter graça. Bill Hader respondeu: “E se eu fosse o assassino?”
O dilema ficou resolvido nesse momento e a série avançou com o apoio da HBO. Bem escrita, perspicaz, sarcástica e desconcertante, Barry é uma referência incontornável, com Henry Winkler a destacar-se no papel de Gene Cousineau, um excêntrico mentor de representação, e Sarah Goldberg como Sally Reed, uma aspirante a atriz com quem Barry desenvolve uma relação disfuncional.
“Ninguém Quer Isto”Joanne (Kristen Bell) e a irmã, Morgan (Justine Lupe), são autoras de um podcast no qual falam essencialmente das respetivas e desastradas experiências amorosas. Quando a primeira conhece e se apaixona por um rabino, Noah (Adam Brody), ninguém (literalmente) quer isto.
A história é inspirada na vida de Erin Foster, criadora da série, que se deparou com uma data de barreiras ao apaixonar-se por um homem judeu. É leve, cómica e as ótimas escolhas para os papéis secundários — Justine Lupe, Timothy Simons (que interpreta Sasha, irmão do rabino) e Jackie Tohn (a cética cunhada, Esther) — fazem com que o humor seja sempre o ingrediente principal, mesmo quando os desencontros e as diferenças dos protagonistas os deixam a marinar na categoria de drama romântico.
A segunda temporada está confirmada e já tem data de estreia: 23 de outubro.
“The Rehearsal”Quando Nathan Fielder estava a desenvolver a série Nathan For You — em que ajudava pequenos negócios a atingirem lucro —, costumava ensaiar cenários hipotéticos para prever como é que pessoas reais reagiriam às suas sugestões. O exercício revelou-se inútil pela impossibilidade de prever atitudes e reações e acabaria por inspirar The Rehearsal.
Descrita como uma comédia documental, a série tem Fielder no centro da ação, ajudando pessoas comuns a ensaiarem conversas difíceis ou eventos importantes que têm pela frente. Para que tudo seja mais verosímil são construídas em estúdio réplicas das casas, bares, etc, onde os diálogos reais acontecerão.
Os episódios são imprevisíveis, com momentos absurdos que mostram que os elementos cómicos podem surgir das situações mais improváveis.
“Terapia Sem Filtros”Um terapeuta fica viúvo após a morte da mulher num acidente de carro e, completamente desorientado, começa a quebrar as barreiras que devia manter com os pacientes, envolvendo-se demasiado na vida deles ou trazendo-os para o próprio núcleo.
Fazendo lembrar uma versão menos negra da personagem de Ricky Gervais em After Life, Jason Segel, que aqui interpreta um dos protagonistas, Jimmy, consegue ser uma personagem empática, humana e hilariante, embora cheia de conflitos internos. Ao lado dele brilha Harrison Ford, que é Paul, o mentor de Jimmy. Sarcástico, mal-disposto, mas indispensável, é inspirado em Phil Stutz, o terapeuta do ator Jonah Hill que aparece no documentário Stutz e sofre de Parkinson.
Terapia Sem Filtros foi desenvolvida por Segel e pelos responsáveis de Ted Lasso, Bill Lawrence e Brett Goldstein. Para o papel de Paul, a ideia inicial era encontrarem um ator “do género de Harrison Ford”, sem considerarem sequer que este último pudesse alguma vez estar disponível para o projeto. Ainda assim, Ford foi abordado e aceitou ainda antes de existir guião.
As gravações da terceira temporada terminaram em julho, mas os novos episódios só deverão ficar disponíveis em 2026.
“Homicídios ao Domicílio”Três vizinhos — que vivem no mesmo prédio de Nova Iorque, mas não se conhecem — são obcecados por podcasts sobre crimes e acabam envolvidos num homicídio que acontece no edifício. Está criado o pretexto para as personagens interpretadas por Steve Martin (que aqui é Charles Haden-Savage), Martin Short (Oliver Putman) e Selena Gomez (Mabel Mora) se cruzarem e formarem um trio improvável de investigadores.
A série tem sido consistente nos elogios e prémios recebidos e, na terceira temporada, ganhou uma importante nova cara: Meryl Streep juntou-se ao elenco como Loretta Durkin, par amoroso de Oliver. Zach Galifianakis, Eva Longoria e Eugene Levy participam na quarta temporada.
A ideia inicial é de Steve Martin, com Dan Fogelman (criador de This Is Us e Paradise) a juntar-se ao projeto como produtor executivo. A quinta temporada tem estreia marcada para 9 de setembro de 2025.
Quatro amigos homens sentem-se completamente perdidos no meio das mulheres independentes e empoderadas que fazem parte da vida deles. Santi (Gorka Otxoa) passa de encontro amoroso em encontro amoroso, guiado pelas escolhas da filha adolescente que parece perceber mais de mulheres do que ele; Luis (Fele Martínez) vê o casamento enfadonho desmoronar-se; Pedro (Fernando Gil) perde o emprego enquanto a namorada passa a sustentar o estilo de vida abastado deles como influencer; e Raúl (Raúl Tejón) tem de digerir a decisão da namorada de ter uma relação aberta.
Seguem-se então uma data de parvoíces e clichês que cada um acumula numa tentativa de se adaptar ao mundo moderno e às mudanças que os estereótipos de masculinidade em que foram criados não suportam.
É divertida, ritmada e os arcos narrativos acompanham a atualidade. Machos Alfa já foi renovada e terá uma quarta temporada. O sucesso tem sido tanto que deu origem a outras versões em francês, holandês, italiano e alemão.
Adolescentes dos anos 90, esta é para vocês: passa-se precisamente nos anos 90 e acompanha um grupo de amigas que frequenta uma escola católica gerida por freiras.
Erin (Saoirse-Monica Jackson), Orla (Louisa Harland), Clare (Nicola Coughlan, que entretanto se tornou mundialmente conhecida como Penelope Featherington em Bridgerton) e Michelle (Jamie-Lee O’Donnell) estão constantemente envolvidas em situações absurdas e típicas da adolescência — para as quais arrastam o primo de Michelle, James (Dylan Llewellyn) —, sempre com a banda sonora do grunge e da pop que marcou essa época. Também lá estão as referências políticas, já que a ação decorre em Derry, numa Irlanda do Norte mergulhada em conflitos políticos e militares que obviamente condicionam a vida destes miúdos e das respetivas famílias.
A escrita é inteligente, o humor é negro e as interpretações hilariantes. Além disso, quem não gosta de uma viagem revivalista, com direito a gargantilhas, camisas de xadrez e penteados cheios de laca?
“Pôr do Sol”Amor, vingança, traição, gémeas separadas à nascença, uma família rica com “de” no apelido e caseiros envolvidos numa paixão proibida com as patroas. Parece uma novela, mas é muito melhor. É uma sátira às tramas das novelas e ainda tem, como bónus, Toy a interpretar o genérico. É tudo absurdo e é tudo ótimo nesta ideia original de Manuel Pureza que alcançou um sucesso estrondoso.
Estreou-se na RTP1 em 2021, teve duas temporadas, às quais se juntou um filme, Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó; deu origem à banda Jesus Quisto, com temas como Portugals (Let’s Win the Victories); e está agora disponível em várias plataformas além da casa mãe (também é possível vê-la na Netflix).
O elenco está repleto de caras conhecidas, como Gabriela Barros, Diogo Amaral, Rui Melo, Manuel Cavaco, Sofia Sá da Bandeira, Noémia Costa ou Cristovão Campos. E, para perpetuar o legado deixado pelas personagens deles, podemos sempre recordar algumas das frases mais icónicas:
“Tranquem a porta e se me acontecer alguma coisa, a minha password do portal das finanças é: José Cid, tudo em maiúsculas”, Eduardo (Marco Delgado).
“Tu e a tua mania das grandezas. O teu mal foi teres acabado o sexto ano. Subiu—te à cabeça”, António (Manuel Cavaco).
“Vá, saia daqui que já não aguento esse seu cheiro a IC19”, Filipa (Gabriela Barros).
“Friends”É possível que haja alguém no mundo que ainda não tenha visto Friends? Possível é, mas o mais provável é que guarde esta informação secreta, tendo já passado aquela fase em que é aceitável admitir uma coisa destas.
Se é uma destas pessoas, chegou a altura de se redimir. Friends é o clássico dos clássicos e, apesar de ter explodido no mundo inteiro nos anos 90, ganhou uma legião de fãs muito mais novos (que nem sequer tinham nascido nessa altura), com a chegada dos streamings, continuando a ser um fenómeno atual de popularidade.
Seis amigos com 20 e poucos anos vivem em Nova Iorque, onde tentam progredir nas respetivas carreiras, colecionam falhanços amorosos e se apoiam como se fossem a família uns dos outros.
Podíamos incluir aqui os inúmeros recordes, as melhores histórias de bastidores ou as cenas que se tornaram icónicas, mas tudo isso seria pouco para explicar o fenómeno. Só resta uma opção: ver — ou então rever pela milésima vez, mesmo sabendo de cor qual é a piada que se segue.
“Assassino Zen”Um advogado vai para um retiro de bem-estar, tentando restabelecer o equilíbrio na vida profissional e salvar o casamento, mas transforma-se inesperadamente num assassino ligado à máfia, da qual tinha clientes.
É um thriller, uma comédia e a adaptação do livro com o mesmo nome, de Karsten Dusse, que aqui fica a ganhar com as interpretações. Tom Schilling é Björn Diemel, o Assassino Zen, e um dos grandes responsáveis pelo sucesso da série.
A produção foi um sucesso no país Natal, claro, a Alemanha, mas esteve também no top 10 de outros 65 países, incluindo Portugal. Está a caminho uma segunda temporada, atualmente a ser gravada em Berlim, e deverá estrear-se ainda este ano.
“Fleabag”Primeiro foi uma peça de teatro, depois transformou-se na série de televisão que deu a conhecer ao mundo o talento de Phoebe Waller-Bridge — no Reino Unido já era mais do que sabido.
Ela é a criadora e a protagonista desta série, onde nunca tem nome próprio, sendo apenas conhecida como Fleabag (pessoa ou animal com pouca higiene). É cínica, sabotadora dela própria, está perdida e a atravessar um luto, gere um café que nunca terá sucesso e lida com uma família que consegue ser ainda mais inconveniente do que ela — o que é difícil.
No elenco está incrivelmente bem acompanhada por Olivia Colman, Andrew Scott, Sian Clifford e Bill Paterson e a melhor parte é que ainda brinda o espectador com considerações impróprias e sarcásticas feitas olhando diretamente para a câmara.
“Último a Sair”Vamos admitir: nem todos os episódios têm menos de meia hora, mas como tem de haver sempre uma exceção à regra, gastamos o joker com Último a Sair. O formato replica um reality show onde uma data de pessoas passam a viver dentro de uma casa, filmadas durante 24 horas e sem contacto com o mundo exterior. Só que, aqui, essas pessoas estão a representar, há um guião e um texto hilariante de Bruno Nogueira, Frederico Pombares e João Quadros.
Dividida em 24 episódios, Último a Sair conseguiu criar uma sátira tão bem feita que confundiu as pessoas com galas (como nos verdadeiros formatos de reality shows), apresentações dos candidatos e nomeações.
Na casa conviveram Bruno Nogueira, Débora Monteiro, Gonçalo Waddington, Luciana Abreu e Roberto Leal. Se esta seleção parece descabida, agora imaginem Miguel Guilherme no papel de Júlia, o apresentador (uma referência a Júlia Pinheiro, que conduziu formatos do género).
“Um Bebé a Qualquer Preço”No mundo da ficção, os países nórdicos são conhecidos pelos thrillers de qualidade. Porém, no meio de homicídios, desaparecimentos e mistérios impossíveis de resolver, surgiu uma comédia dinamarquesa, Um Bebé a Qualquer Preço.
Na história, Nana (Josephine Park) é uma médica especialista em fertilidade que, numa noite com demasiado álcool, decide inseminar-se com o esperma do ex-namorado. Obviamente que se seguem uma data de más decisões capazes de encher duas temporadas. Quando Um Bebé a Qualquer Preço surgiu em 2022 foi comparada a Insecure e Fleabag, o que é mais do que suficiente para lhe dar uma oportunidade.
“Veep”Quando Julia Louis-Dreyfus se apresentou ao serviço como Selina Meyer, vice-presidente dos EUA, as suas atitudes e trapalhadas pareciam tão nonsense que jamais poderiam acontecer na realidade — e, afinal, os últimos anos têm provado que a linha entre o que acontece mesmo e o que é um sketch de comédia é muito ténue.
Na história, ela passa a vida a ser ignorada pelo presidente, Stuart Hughes, que nunca aparece no ecrã. Com jogadas que ela considera inteligentes e tentativas frustradas de ter protagonismo e de fazer algo útil, Meyer vai navegando por esta sátira política juntamente com uma equipa que, muitas vezes, a atrapalha mais do que ajuda. Entre eles estão Amy (Anna Chlumsky), Dan (Reid Scott), Mike (Matt Walsh), Gary (Tony Hale) ou Jonah (Timothy Simons).
Julia Louis-Dreyfus recebeu inúmeros prémios pela interpretação, incluindo seis Emmys consecutivos, e deixou merecidamente de ser apenas a Elaine de Seinfeld.
“The Office”Podíamos ter optado pela versão original inglesa, com Ricky Gervais, mas o Michael Scott de Steve Carell é simplesmente uma das personagens mais inesquecíveis da televisão. Gerente regional de uma empresa que vende papel, é quase tão mau a comandar o negócio como a fazer piadas, um vício constante que geralmente ofende ou incomoda as pessoas que trabalham para ele.
São elas Jim (John Krasinski), Pam (Jenna Fischer), Dwight (Rainn Wislon) ou Stanley (Leslie David Baker). Este último ator tinha outra audição no dia do casting para The Office e chegou atrasado devido ao trânsito. Chegou transpirado, com ar acabado e de mau humor e era exatamente isso que os produtores procuravam para a personagem de Stanley.
Na vida real ninguém quereria trabalhar com Michael Scott, mas é impossível não devorar estes episódios e, até, torcer por ele. “Preferia ser temido ou amado? Fácil, ambos. Quero que as pessoas tenham medo do quanto me amam” é apenas uma das muitas pérolas dele.
“Os Simpsons”As férias não são suficientes — talvez uma licença sem vencimento ajude — para ver tudo o que Os Simpsons já nos deram, mas não há como passar ao lado desta referência que tem acompanhado gerações.
À cabeça de uma típica família americana está Homer (com voz de Dan Castellaneta na versão original), um homem pouco brilhante que trabalha numa central nuclear. A inteligente e ávida Marge (Julie Kavner) é dona de casa e educa três crianças: a brilhante e reivindicativa Lisa (Yeardley Smith), o problemático e desafiador Bart (Nancy Cartwright) e Maggie, uma simples bebé. Do núcleo mais próximo fazem ainda parte o amigo e nerd Milhouse (Pamela Hayden), o dono do bar que Homer frequenta, Moe (Hank Azaria), ou o vizinho, Ned Flanders (Harry Shearer).
Já houve inúmeros arcos narrativos com viagens, mudanças de carreira, saltos no tempo ou vidas alternativas, mas o que distingue a série é a inteligência que teve ao reinventar-se ao longo dos anos e acompanhar a atualidade — em alguns casos parece até ter adivinhado eventos que viriam mesmo a acontecer. Por tudo isto, o humor e as histórias de Os Simpsons ainda não estão esgotados: os bonecos amarelos regressam a 28 de setembro com uma nova temporada.
“Rick e Morty”No departamento da animação para adultos há uma referência que tem todos os ingredientes na medida certa: ficção científica, aventura, humor e um par de protagonistas improváveis.
Rick (na versão original com voz de Justin Roiland, que é igualmente criador da série), um cientista desajustado e rezingão, muda-se para casa da filha, onde os olhos do neto Morty (igualmente interpretado por Roiland até à sétima temporada) o seguem com o fascínio de quem tem um ídolo à frente. Esta relação é o fio condutor para Rick e Morty, que colecionam aventuras ao viajarem no tempo e no espaço. O espectador é o passageiro desta colorida, leve e cativante saga.
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