Um número recorde de vacinas reembolsadas em farmácias. Mas por que apenas um grupo social específico ainda recebe a vacina?

Até recentemente, a vacinação em farmácias era apenas uma sugestão de especialistas. Hoje, é um serviço médico real e cada vez mais popular. Mais de 2.000 estabelecimentos na Polônia funcionam como postos de vacinação, e os farmacêuticos estão conquistando novos poderes. Será este o início de uma revolução ainda maior no sistema de saúde, que incentivará também os jovens a se vacinarem?, explica Mikołaj Konstanty, Ph.D., Pharm.D., membro do Presidium do Conselho Supremo da Câmara Farmacêutica.
A introdução da vacinação em farmácias provou ser não apenas conveniente, mas, acima de tudo, um avanço do ponto de vista organizacional. Até então, os pacientes que buscavam a vacinação enfrentavam um longo e desafiador caminho – desde a consulta com um médico de atenção primária, passando pela obtenção da receita, até a retirada da vacina na farmácia e a administração na clínica. Hoje, graças aos recursos oferecidos por farmacêuticos treinados, todo o processo pode ser concluído em uma única visita à farmácia.
Além disso, os farmacêuticos autorizados a administrar vacinas também podem emitir receitas de vacinas reembolsadas, mas apenas em farmácias com status de ponto de vacinação. Isso representa uma simplificação significativa e um aceno aos pacientes, que não precisam mais fazer várias consultas para cuidar de sua saúde.
A partir de agosto de 2025, a lista de vacinas reembolsadas administradas em farmácias foi ampliada para 15, incluindo vacinas combinadas. Importante ressaltar que essas vacinas abrangem adultos a partir dos 18 anos. Isso coloca a Polônia entre os líderes europeus em termos de escopo e nível de reembolso.
"As vacinas contra gripe, pneumococo e COVID-19 estão agora disponíveis não apenas para idosos, mas também para pacientes mais jovens, muitas vezes sem custo adicional. Essas mudanças podem contribuir para o aumento das taxas de vacinação em grupos que antes tinham menos acesso a cuidados preventivos", explica Mikołaj Konstanty, Ph.D., Farmacêutico, Membro do Presidium da Câmara Suprema de Farmácia.
O sistema atual permite agendamentos de vacinação com até quatro semanas de antecedência. Também estão previstas mudanças na distribuição de vacinas – incluindo as contra a COVID-19 – que, a partir desta temporada, serão distribuídas às farmácias por meio de postos sanitários e epidemiológicos. A previsão é de que a vacinação comece na segunda quinzena de setembro, o que significa que o sistema está bem preparado para o outono.
Apesar do progresso, especialistas apontam limitações significativas. Uma delas é a falta de automação no acesso dos farmacêuticos aos dados médicos dos pacientes. Embora a idade possa ser facilmente verificada, as comorbidades – frequentemente a base para o reembolso – não são visíveis aos farmacêuticos. A proposta prevê a criação de um sistema seguro que permita acesso limitado ao histórico médico do paciente, exclusivamente para a prestação de um serviço de saúde específico.
Veja também:Especialistas defendem cada vez mais a introdução dos chamados encaminhamentos populacionais. Esses encaminhamentos envolveriam a informação automática dos pacientes – por exemplo, por meio da Conta Online do Paciente ou de mensagens de texto – sobre sua elegibilidade para vacinação. Essa é uma maneira simples de aumentar a conscientização sobre saúde e facilitar a implementação de cuidados preventivos em toda a sociedade.
Durante a pandemia de COVID-19, a vacinação em farmácias era permitida para maiores de 16 anos. Atualmente, o limite de idade é 18 anos. Especialistas pedem que esse limite seja reduzido – pelo menos para 12 anos. Eles argumentam que os jovens têm menor probabilidade de utilizar os serviços de atenção primária e que é mais fácil para os pais agendarem a vacinação em uma farmácia do que em uma clínica. No entanto, questões legais, como a exigência da presença de um dos pais e a confirmação de sua identidade, representam um problema.
Uma alternativa interessante seria a visita de farmacêuticos às escolas. Lá, após obter o consentimento adequado, poderiam administrar vacinas, por exemplo, contra o HPV, o que aumentaria significativamente o alcance dos cuidados preventivos entre os jovens.
Veja também:Especialistas apontam que simplesmente disponibilizar vacinas não basta. Uma ampla educação também é necessária. A sociedade precisa entender o valor dos cuidados preventivos, e as vacinas devem se tornar tão naturais quanto as consultas odontológicas anuais.
O professor Adam Antczak, presidente do Conselho Científico do Programa Nacional de Combate a Doenças Infecciosas, ressalta que, atualmente, as vacinações são direcionadas principalmente ao chamado "eleitorado de ferro" – pessoas que são convencidas a se vacinar independentemente das circunstâncias.
- Para atingir altas taxas de vacinação em toda a sociedade, é necessário atingir outros grupos por meio de fontes confiáveis de informação, fácil acesso e comunicação compreensível.
Fonte: materiais de imprensa Atualizado: 09/09/2025 06:30
politykazdrowotna