Uma descoberta com potencial terapêutico para artrite reumatoide.

Os glicosaminoglicanos – substâncias naturais presentes no corpo que podem causar a ativação patológica da enzima que converte proteínas em suas formas citrulinadas – podem desempenhar um papel importante na artrite reumatoide (AR), descobriram cientistas do Centro de Biotecnologia da Pequena Polônia (MCB).
A artrite reumatoide (AR) é uma doença na qual o sistema imunológico ataca erroneamente os tecidos articulares, causando inflamação, rigidez e danos progressivos. Cientistas liderados pelo Dr. Tomasz Kantyka, em colaboração com um grupo internacional de pesquisa, conduziram um estudo que lança nova luz sobre essa dolorosa doença autoimune, conforme relatado pela MCB.
Uma característica da artrite reumatoide é a presença de anticorpos direcionados contra proteínas que sofreram uma modificação específica chamada citrulinação. Até o momento, o mecanismo e os fatores desencadeantes dessa alteração permanecem obscuros.
Uma nova pesquisa revela o papel que os glicosaminoglicanos podem desempenhar nesse processo. Essas moléculas, encontradas nos tecidos articulares e nas superfícies celulares, aumentam a atividade da enzima PAD4 (peptidil arginina deiminase 4), o principal catalisador para a conversão de proteínas em suas formas citrulinadas.
Em um ambiente articular rico em glicosaminoglicanos, a enzima PAD4 pode sofrer ativação anormal, levando à produção descontrolada de proteínas citrulinadas. Essas proteínas modificadas podem se tornar alvo do sistema imunológico, iniciando ou exacerbando o processo da artrite reumatoide.
Em condições normais, níveis elevados de cálcio são necessários para que a PAD4 funcione eficazmente. No entanto, a concentração de íons de cálcio no corpo humano geralmente é insuficiente para ativar completamente a enzima.
A equipe do Dr. Kantyka descobriu que os glicosaminoglicanos – como a heparina e o sulfato de condroitina – permitem que a PAD4 funcione mesmo em níveis fisiológicos baixos de cálcio.
- Nosso trabalho revela aspectos até então desconhecidos da biologia da PAD4, que têm o potencial de influenciar a terapia e melhorar a qualidade de vida de pacientes que sofrem de artrite reumatoide", afirma o Dr. Tomasz Kantyka.
Uma terapia potencial precisaria inibir ou retardar os processos patológicos. Substâncias que inibem esses processos são chamadas de inibidores.
"Agora, o desenvolvimento de inibidores alostéricos que visam diretamente a ativação anormal da PAD4 está se tornando uma realidade. Planejamos continuar nossa pesquisa, com foco em danos à cartilagem relacionados à inflamação", anuncia ele.
Essa descoberta aproxima os cientistas de uma melhor compreensão da patogênese da AR. Ela também abre novas perspectivas para tratamentos personalizados que poderiam prevenir eficazmente a doença ou retardar sua progressão, visando esse mecanismo recém-identificado.
Os resultados do trabalho realizado no âmbito da bolsa GRIEG financiada pelo Centro Nacional de Ciência (NCN) foram publicados nos Anais da Academia Nacional de Ciências (Proceedings of the National Academy of Sciences).
Ciência na Polônia
kol/ zan/
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