Cracóvia/Dia da Memória Acadêmica no 86º aniversário do Sonderaktion Krakau

A Operação Sonderaktion Krakau – a prisão de acadêmicos da Universidade Jaguelônica e de outras universidades de Cracóvia pelos nazistas e sua deportação para campos de concentração – não é um evento de mera importância histórica; deve ser revisitado e lembrado, afirmou o reitor da Universidade Jaguelônica na quinta-feira.

Em 6 de novembro de 1939, como parte da chamada Sonderaktion Krakau, os alemães prenderam e deportaram para campos de concentração 183 professores e docentes de universidades de Cracóvia.

Para comemorar este evento, o Dia da Memória Acadêmica é celebrado desde 1999. Na manhã de sexta-feira, delegações de universidades de Cracóvia visitaram cemitérios onde depositaram coroas de flores nos túmulos de professores e docentes. Flores também foram depositadas nas placas comemorativas do Collegium Novum da Universidade Jaguelônica e do quartel militar na Rua Wrocławska, 82, bem como no Carvalho da Liberdade da universidade.

As principais comemorações ocorreram no auditório do Collegium Novum da Universidade Jaguelônica. Foi para este edifício que os acadêmicos de Cracóvia foram atraídos pelos alemães e, em seguida, presos na sala 56. A cerimônia contou com a presença, entre outros, de familiares das vítimas da Operação Sonderaktion Krakau, autoridades das universidades de Cracóvia, membros do corpo diplomático, autoridades regionais e municipais, e alunos do ensino fundamental e médio.

Em seu discurso, o Reitor da Universidade Jaguelônica, Prof. Dr. hab. Piotr Jedynak, enfatizou que a Sonderaktion Krakau não é um evento de mera importância histórica.

"Jamais devemos tratar a ação contra os funcionários das universidades de Cracóvia dessa maneira. Devemos sempre retornar a ela, por meio de leituras subsequentes, resgatando-a para nós mesmos, relembrando-nos repetidamente de sua relevância duradoura", destacou o reitor.

Segundo ele, os presentes na cerimônia, assumindo o papel de guardiões ou depositários da memória dos eventos de 86 anos atrás, devem também assumir o papel de emissários, apelando à consciência das pessoas.

"Não ser indiferente à vergonha e aos crimes que fizeram parte do conceito e do curso da chamada Sonderaktion Krakau significa também não ser indiferente a nenhum dos males que estão sendo infligidos a pessoas em todo o mundo hoje. Independentemente de estarem acontecendo na Ucrânia, na Faixa de Gaza ou mesmo em outras partes mais distantes do mundo. O mal – independentemente de onde e em que forma se manifeste – deve sempre ser devidamente nomeado", apelou o Reitor da Universidade Jaguelônica.

O professor Jedynak observou que "Aktion gegen Universitäts-Professoren não foi apenas uma tragédia que vitimou 183 pessoas ligadas à Universidade Jaguelônica ou à comunidade acadêmica de Cracóvia, mas também se tornou a experiência das famílias, parentes e amigos das vítimas, o que é confirmado por relatos e depoimentos preservados."

A ação dos invasores alemães em 6 de novembro de 1939 - destacou o Reitor da Universidade Jaguelônica - não afetou apenas um grupo de cientistas de uma única cidade universitária.

"A chamada Sonderaktion Krakau, que afetou o corpo docente da Universidade Jaguelônica e de outras universidades da nossa cidade, afetou essencialmente a ciência polonesa como um todo. O período entre guerras foi uma época de intensa e vibrante atividade científica, para a qual a comunidade de Cracóvia, sem dúvida, ditou o tom e a direção fundamentais", enfatizou o Professor Jedynak em seu discurso.

Como parte da Operação Sonderaktion Krakau, os nazistas prenderam 183 professores e acadêmicos de Cracóvia. Destes, 155 eram funcionários da Universidade Jaguelônica, enquanto os demais estavam ligados à Academia de Minas e à Academia de Economia. Eles foram deportados para os campos de concentração de Sachsenhausen e Dachau. Vários dos presos morreram nos campos, e outros faleceram pouco depois de retornarem a Cracóvia. (PAP)

Ciência na Polônia

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