VÍDEO. Síria: Saqueada pelo Estado Islâmico, Palmira está pronta para renascer das cinzas

A Síria ainda tenta curar as feridas da era do Estado Islâmico, uma ocupação cujas cicatrizes ainda estão presentes, especialmente em Palmira, uma cidade antiga amplamente destruída pelos islamitas. Reportagem.
Este texto é um trecho da transcrição da reportagem acima. Clique no vídeo para assisti-lo na íntegra.
Ela permanece, ainda orgulhosa, em um silêncio impressionante. A antiga cidade de Palmira (Síria), agora em paz após a fúria do grupo Estado Islâmico e anos de guerra civil. Desde a queda de Bashar al-Assad e o fim dos combates em dezembro de 2024, os moradores têm retornado gradualmente à sua cidade. Para dois homens, recém-chegados após 15 anos de exílio, o choque é brutal. " Este era o Templo de Bel antes de 2011, antes da chegada do grupo Estado Islâmico. E vejam o que fizeram com ele. Tudo está destruído ", lamenta um deles, com uma foto na mão. Quando ocuparam Palmira em 2015, os jihadistas dinamitaram o templo, uma joia de 14 metros de altura do Oriente Romano.
" Estamos com o coração partido ao ver todos esses danos. Esses monumentos não pertencem apenas a Palmira, eles pertencem ao mundo inteiro. Poderemos reconstruir nossas casas e nossa infraestrutura. Mas as antiguidades, isso não será possível", disse Barakat Ali Khalaf, com tristeza.
Antes de 2011, 150.000 turistas viajavam para lá todos os anos, até o século III, quando Palmira era uma próspera cidade-oásis. Hoje, Khaldoun Al Azeb se preocupa com o abandono do local. Este ex-camelo também retornou, após lutar contra o regime de Bashar al-Assad. E ele se tornou o guardião desta cidade greco-romana, à sombra de quem cresceu. " Venho todos os dias desde que voltei. Passo meus dias aqui para garantir que não haja saques. Já houve muitos durante a guerra. Vejo isso como um dever. Precisamos absolutamente proteger Palmira de mais destruição", diz ele.
Neste período de frágil transição política, o novo governo islâmico condena a destruição causada pelo grupo Estado Islâmico. A France Télévisions visita um local simbólico: o local onde terroristas executaram 25 prisioneiros em 2015, imagens arrepiantes que viralizaram em todo o mundo. Em meio aos fantasmas do passado, as autoridades sírias questionam sua capacidade de reconstruir o futuro. " Não temos os meios logísticos necessários. Precisamos de especialistas, máquinas, ferramentas. Se quisermos reconstruir, é um projeto colossal, e não seremos capazes de fazê-lo sozinhos", explica Zaher Al Salim, da administração regional.
O futuro de Palmira depende da solidariedade internacional. Para atrair turistas e especialistas de volta, a segurança também é uma prioridade. Células do Estado Islâmico ainda estão entrincheiradas no deserto, às portas da cidade.
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