Quanto vale "Elio", a mais nova produção da Pixar?

Elio, um menino sonhador de 11 anos apaixonado pelo espaço, luta para encontrar seu lugar na Terra. Mas sua vida muda quando ele é misteriosamente teletransportado para o Comuniverso — uma organização intergaláctica que reúne representantes de galáxias distantes. Confundido com o embaixador oficial da Terra, ele se vê lançado em uma missão perigosa com Glordon, um alienígena cativante...
O lançamento de um filme da Pixar é sempre um acontecimento. Mas não vamos prolongar o suspense: Elio , apesar de suas qualidades, não tem o que é preciso para ser um clássico como Toy Story , Wall-E ou Divertida Mente .
Enredo minimalista, mas bem-sucedidoNo entanto, isso não impede que seja um entretenimento familiar muito bom, cheio de valores e embelezado com uma agradável pequena viagem espacial na companhia de um menino órfão, que pensa que sua tia que o adotou, embora carinhosa, não o aprecia. Durante sua jornada, que gostaríamos que fosse mais movimentada e rica em cenas de ação, como em Os Incríveis , predominam a amizade e a importância de estarmos unidos diante das adversidades. Quanto ao enredo, é minimalista, pois consiste principalmente em frustrar os planos de um alienígena beligerante que quer conquistar a galáxia... Um vilão que não é tão ruim, pois buscará principalmente encontrar seu filho, o bondoso Glordon que se aliará a Elio... Tecnicamente, como seria de se esperar da Pixar, a renderização é bem-sucedida. Notamos uma direção artística inspirada, alienígenas com um design trabalhado e um uso de 3D estereoscópico simples e eficaz. O trio de diretores (cujos membros trabalharam em Alerta Vermelho e Coco ) não busca multiplicar efeitos gratuitos, mas sim ir ao essencial. Tudo isso simboliza este filme de animação inovador, calibrado em suas emoções e editado para fazer você sorrir no início do verão. C. Cop.
POR MADELINE SHARAFIAN, DOMEE sHI E ADRIAN MOLINA (Estados Unidos). Animação. 1h39. Nossa avaliação: 3/5.
Pete Docter e Mary Alice Drum: "Refletindo a insegurança de ter 11 anos"Diretor de "Monstros S.A.", "Up - Altas Aventuras", "Divertida Mente" e "Soul", Pete Docter tornou-se a força motriz por trás da Pixar, onde atua como diretor criativo. Junto com a produtora Mary Alice Drum, ele discute a criação de "Elio", que se concentra no desejo de uma criança de explorar o espaço e alienígenas.
OriginalidadeEmbora a Pixar lance regularmente sequências de sucessos como "Carros" e "Toy Story", a empresa americana frequentemente gosta de lançar uma nova franquia. Em ambos os casos, a abordagem permanece a mesma. "Nosso objetivo é sempre oferecer originalidade. Essa estratégia responde à demanda do público por novas histórias, ao mesmo tempo em que capitaliza o apelo de franquias estabelecidas, que garantem forte público nos cinemas. No entanto, o cerne do método está nos personagens", explica Pete Docter, lembrando que, para "Elio", o ponto de partida foi a ideia de uma das diretoras, Adrienne Molina: "Ela sugeriu o encontro desse menino com alienígenas, querendo explorar através desse tema a solidão e a insegurança que se pode sentir aos 11 anos. O desenvolvimento do personagem, seus medos, seus desejos, suas motivações estão constantemente entrelaçados com a trama."
SolidãoA Pixar baseia suas histórias em verdades emocionais universais por meio de pesquisas rigorosas. Pete Docter menciona a importância de consultar especialistas, como o Dr. Vivek Murthy, cujo trabalho sobre solidão inspirou "Elio": "Ele publicou uma análise sobre a epidemia de solidão, afirmando que ela tinha um impacto real na saúde das pessoas. Essa pesquisa ajudou a dar ressonância emocional à sensação de isolamento desse menino, que luta contra a insegurança." Mary Alice Drum acrescenta: "A equipe também colaborou com psicólogos para entender como as crianças lidam com o luto, particularmente no prólogo, onde vemos Elio marcado pela perda dos pais. Esse processo, que ocorreu ao longo da escrita dos diferentes rascunhos do roteiro, visa encontrar o tom certo para comover o público, especialmente os mais jovens, sem ser pesado demais."
Tecnologia"É algo em constante evolução. Está sempre a serviço da história", afirma Pete Docter, antes de seu colaborador acrescentar: "A equipe técnica trabalha em estreita colaboração com os criativos, integrando avanços como iluminação em tempo real para melhorar a precisão visual desde os estágios iniciais. Em "Elio", o universo visual dos alienígenas é inspirado em criaturas marinhas bioluminescentes e na macrofotografia, criando designs únicos, distantes de estereótipos antropomórficos." Sobre o uso do 3D estereoscópico, ela especifica: "Acreditamos que este seja um dos melhores filmes em 3D que já fizemos. Essa tecnologia, embora complexa, é imaginada em conjunto com a versão 2D por uma equipe técnica experiente, tornando o processo fluido e focado em enriquecer a experiência narrativa."
Nice Matin