Naomi Campbell, um modelo de grandes conquistas

Nascida em Streatham, no sul de Londres, em 22 de maio de 1970, Naomi Elaine Campbell apagou 55 velinhas há alguns dias ao lado de celebridades do cinema, da moda e da televisão, provando que ela continua sendo uma estrela que atrai outras estrelas.

"A Deusa de Ébano", como foi apelidada, fez história na indústria da moda fechada quando se tornou a primeira supermodelo negra mundialmente famosa . Embora suas aparições nas passarelas não sejam tão frequentes como antes, Campbell continua colhendo os frutos que semeou durante seu tempo como modelo.

Órfã de pai e filha de Valerie Morris, uma dançarina jamaicana, Campbell começou sua carreira na indústria ainda muito jovem, quando, aos 15 anos, foi contratada pela agência Synchro Model enquanto estudava dança na Italia Conti Academy.

Três anos depois de começar sua carreira de modelo, Campbell começou a fazer história. Em 1988, ela se tornou a primeira modelo negra a aparecer na capa da Vogue francesa . Esse marco foi possível graças à intervenção do designer Yves Saint Laurent, que ameaçou retirar sua publicidade da revista se não ganhasse espaço em suas páginas. Este ato marcou uma virada em sua carreira e na representação de modelos negras na indústria.

Depois disso, Campbell se estabeleceu como uma das supermodelos mais reconhecidas do mundo, ao lado de figuras como Cindy Crawford, Linda Evangelista e Claudia Schiffer.

Sua presença nas passarelas de estilistas como Versace, Chanel e Dior, bem como em campanhas publicitárias de alto nível, a catapultou para o estrelato. Ela também foi uma das primeiras modelos negras a desfilar como um anjo na passarela anual da Victoria's Secret, um dos desfiles mais esperados do ano.

Sua versatilidade permitiu que ela se aventurasse na música, no cinema e na televisão , participando de videoclipes, filmes e séries, e se tornando referência de estilo e elegância com sua figura esbelta e cabelos longos. Sua primeira apresentação no videoclipe de Bob Marley, Is This Love, é bem lembrada.

Campbell não apenas quebrou barreiras na moda, mas se tornou um símbolo de representação das mulheres negras na indústria. Seu sucesso abriu portas para futuras gerações de modelos negras e desafiou os padrões de beleza predominantes.

Ao longo de sua carreira, ela defendeu maior diversidade e inclusão na moda, usando sua plataforma para denunciar o racismo e a discriminação enfrentados por mulheres negras não apenas na indústria da moda, mas também no cinema e no entretenimento.

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Apesar do seu sucesso, a carreira de Campbell foi marcada por diversas controvérsias e por sua personalidade briguenta. Em 2007, ela foi condenada a cinco dias de serviço comunitário por agredir um funcionário com um celular durante uma discussão em seu apartamento em Manhattan.

Esse incidente se somou a outros conflitos legais relacionados a agressões e comportamentos violentos que transformaram a modelo em uma das estrelas mais temidas nos sets de trabalho da indústria devido ao seu temperamento.

Além disso, no ano passado, a ex-modelo foi proibida por cinco anos de administrar instituições de caridade na Inglaterra e no País de Gales após uma investigação que revelou má conduta financeira em sua fundação Fashion for Relief.

A investigação descobriu que apenas uma pequena parcela dos fundos arrecadados foi para filantropia, enquanto o restante foi usado para despesas pessoais e luxos. Campbell negou qualquer conhecimento dessas irregularidades e está apelando da decisão.

Apesar de sua carreira controversa e polêmica, Campbell, aos 55 anos, continua sendo uma figura influente na moda e na cultura popular. Ela participou de campanhas publicitárias, desfiles de moda e colaborações com marcas renomadas. Além disso, ela se aventurou no mundo dos negócios, lançando linhas de fragrâncias e colaborando em projetos de design.

Em 2019 , ela foi reconhecida com o Fashion Icon Award no Royal Albert Hall de Londres, em reconhecimento ao seu impacto e legado na indústria. Campbell continua usando sua plataforma para defender causas sociais e promover a diversidade na moda.

Ela deixou uma marca indelével na história da moda. Sua carreira, marcada por conquistas pioneiras e desafios pessoais, faz dela uma figura complexa e fascinante que deixa um legado como supermodelo, empresária e ativista que continua a inspirar novas gerações ao redor do mundo.

Com informações da redação dominical do EL TIEMPO