Renascimento de Roma: hotéis, restaurantes e trens de luxo estão redefinindo a Cidade Eterna
Alguém poderia ser perdoado por pensar que já viu Roma. A Escadaria Espanhola, o Coliseu, uma moeda jogada na Fontana di Trevi, ciao , arrivederci . Mas Roma sempre dominou a arte da reinvenção. E em 2025, a cidade está encenando um renascimento digno de uma ovação de pé.
Antes do desfile Cruise 2026 da Dior, realizado na capital italiana em maio passado, Maria Grazia Chiuri — em seu canto do cisne como diretora criativa da maison — inaugurou o recém-restaurado Teatro della Cometa, uma joia da história teatral romana e um investimento pessoal realizado com sua filha, Rachele Regini. Com cortinas de veludo e sacadas douradas, o espaço revela muito sobre o carinho de Chiuri por sua cidade natal. Seu desfile na Dior, repleto de looks etéreos e fantasmagóricos, aconteceu nos jardins da Villa Albani Torlonia. Poucos dias antes, a Fondazione Valentino Garavani e Giancarlo Giammetti, fundada pelos cofundadores da Valentino, inaugurou o PM23, um espaço dedicado a exposições de arte, eventos e workshops.
O lounge na Estação Ostiense de Roma.
Em nenhum lugar o renascimento do turismo é mais aparente do que nas novas e empolgantes opções de hotéis. Elas chegam em um momento necessário: o Jubileu de 2025, uma celebração católica que tradicionalmente ocorre a cada 25 anos, começou em dezembro e espera-se que traga bem mais de 30.000 turistas à cidade. A chegada de um novo papa só aumentou essa excitação. Após uma meticulosa reforma, a empresa de hospitalidade e viagens de luxo Orient Express inaugurou o La Minerva , seu primeiro hotel. O arquiteto e designer franco-americano Hugo Toro reinventou o palazzo do século XVII para gostos modernos. Situado discretamente atrás do Panteão, oferece luz dourada, lençóis bordados, pedra travertino e coquetéis com vista de 360 graus da cidade no Gigi Rigolatto, o restaurante do grupo de hospitalidade Paris Society localizado no terraço da cobertura.
“Há um entusiasmo compartilhado em reinventar o que um hotel romano pode ser.”
O Orient Express foi atraído tanto pelo classicismo de Roma quanto por sua atual vibração cultural. "Você pode sentir uma energia criativa renovada fluindo por suas ruas, seus restaurantes, suas galerias. A cidade está abraçando sua herança enquanto se abre para uma nova geração de viajantes que buscam significado, beleza e profundidade", diz a CEO do Orient Express, Gilda Perez-Alvarado. "Há um entusiasmo compartilhado em reimaginar o que um hotel romano pode ser." Não muito longe está o ultramoderno Romeo Roma , um palazzo do século XVI que foi transformado como um dos projetos finais da arquiteta Zaha Hadid. É um sonho febril de mármore, sombra e aço, com um lobby que espirala e se eleva e cada suíte parece uma galeria com curadoria de design italiano contemporâneo.
O recém-restaurado Teatro della Cometa.
Há até novas maneiras de chegar à Cidade Eterna. Entre elas está o La Dolce Vita Orient Express , o primeiro trem de luxo de fabricação italiana, com rotas por todo o país. Seus interiores foram projetados pelo estúdio de arquitetura e design milanês Dimorestudio, em uma paleta de mogno, latão polido e veludo noir. Os passageiros também poderão experimentar o Lounge privativo La Dolce Vita na Estação Roma Ostiense. Outro projeto de Hugo Toro, com curvas no estilo Art Déco, elegância espelhada e glamour de meados do século.
Além das butiques e basílicas, o circuito cultural de Roma vive um estado de divina desordem — no melhor sentido possível. A Fondazione Alda Fendi-Esperimenti apresenta performances provocativas em ruínas imperiais, e o MAXXI, o Museu Nacional de Arte do Século XXI, continua a redefinir os limites da arte contemporânea, da arquitetura e do diálogo social na Itália. As próximas exposições incluem uma mostra da fotógrafa Elisabetta Catalano e uma retrospectiva de meio de carreira da artista e cineasta Rosa Barba.
Um quarto no La Dolce Vita Orient Express.
A cena gastronômica também tem suas próprias atrações. Gigi Rigolatto encanta com sua massa em bisque de lagosta, spritzes de limoncello e um público tão brilhante que poderia virar uma campanha da Fendi. O Bivium , localizado dentro do paradisíaco Six Senses Rome, oferece martinis artesanais e murmúrios ao luar no pátio, enquanto o La Pergola by Heinz Beck reabriu suas portas em junho passado, após uma reforma que durou meses, com suas três estrelas Michelin garantidas.
Roma parece uma cidade que abraçou um novo espírito — curadoria, consciência, cosmopolita. Ainda eterna, sim. Mas nunca a mesma.
Esta história aparece na edição de setembro de 2025 da ELLE.
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