Duas semanas com o Nintendo Switch 2: vale a pena comprar agora?

A Nintendo está tentando novamente. Após o enorme sucesso do primeiro Switch, que conseguiu mudar a maneira como jogamos tanto em ambientes internos quanto externos, a empresa japonesa está de volta com uma nova versão de seu console híbrido: o Switch 2. Não é uma revolução, mas é uma melhoria clara em quase todos os aspectos que já funcionavam bem no modelo original. Mais tela, mais potência, novos jogos e uma experiência mais fluida que mostra que a Nintendo ouviu — pelo menos em parte — sua comunidade. Na ABC, passamos as últimas duas semanas testando-o com vários dos títulos de lançamento e agora temos uma ideia bem clara do que ele oferece, do que melhora... e também do que deixamos passar.
O usuário médio — aqueles que não passam a vida com as mãos grudadas no controle — provavelmente notará poucas diferenças entre o Switch 2 e o original. E isso faz sentido: a oferta da Nintendo ainda é praticamente uma cópia exata da anterior. O conceito híbrido permanece, permitindo jogar tanto no modo portátil quanto conectado a uma TV, com os controles separados. O console em si é uma tela única com o Joy-Con 2 — a nova versão dos controles — nas laterais. Uma fórmula familiar que funcionou muito bem, e a Nintendo optou por refiná-la em vez de reinventá-la.
A tela cresceu para 7,9 polegadas, um salto considerável que pode ser visto quando você coloca o Switch 2 ao lado do modelo original, que tinha 6,2 polegadas. Mas a diferença não é apenas uma questão de tamanho: há também uma clara melhoria na qualidade da imagem. A resolução no modo portátil aumenta para 1080p — em comparação com 720p no primeiro modelo — o que se traduz em gráficos muito mais nítidos e detalhados. A mudança é perceptível desde o primeiro momento e melhora significativamente a experiência de jogo.
Além da tela aprimorada, o Joy-Con 2 foi redesenhado, agora com fixação magnética . A mudança funciona surpreendentemente bem: não há problemas com a aderência, muito pelo contrário. O encaixe é firme, preciso e confere ao conjunto uma sensação mais sólida.
Na parte traseira, o Switch 2 apresenta uma nova aba horizontal longa que permite que o console seja usado no modo portátil sobre uma mesa. Esta é uma mudança significativa em relação à aba menor do modelo original, pois agora é muito mais estável. Além disso, o console inclui duas novas portas USB-C, uma na parte superior e outra na parte inferior, proporcionando mais flexibilidade durante o carregamento. Os usuários podem escolher a posição mais confortável para mantê-lo conectado, mesmo enquanto jogam.
Menos recursos novos estão disponíveis para o dock , a base para conectar o console à TV. Seu design mudou ligeiramente, com bordas mais arredondadas, e agora inclui uma ventoinha para melhorar a dissipação de calor. Mas, em essência, ainda é um dispositivo muito semelhante ao modelo anterior.
Além da ergonomia e da solidez do console, gostamos muito do som, que é realmente excepcional. Também destacamos o quão silencioso o Switch 2 é e o pouco calor que ele gera, mesmo quando conectado à TV ou usado no modo portátil durante o carregamento. O que talvez não tenha nos impressionado tanto foi a duração da bateria, que dura entre duas e três horas em jogos como Cyberpunk 2077 ou Mario Kart World. Muito pouco. Se você quiser levar o Switch 2 nas férias, avisamos que o cabo de carregamento será seu melhor companheiro.
Deixando o hardware de lado, o melhor do Switch 2 é, sem dúvida, sua potência. Sua capacidade de rodar jogos exigentes — até então impensáveis em um console da Nintendo — o aproxima mais do que nunca de consoles como PlayStation e Xbox. E isso o torna, sem dúvida, a máquina mais interessante do mercado atualmente. Graças a esse avanço tecnológico, os usuários poderão desfrutar não apenas dos clássicos exclusivos da empresa (Mario, Zelda e outros), mas também de muitos dos títulos mais ambiciosos que serão lançados nos próximos anos por desenvolvedores terceirizados.
Embora o desempenho gráfico não atinja o nível de um PS5 ou um Xbox Series X, a experiência de jogo no Switch 2 é pouco afetada. Vimos isso com títulos como o próprio Cyberpunk 2077 ou a nova versão de Yakuza 0, que chegou exclusivamente ao Nintendo Switch e, finalmente, com legendas em espanhol. De tudo o que tivemos a oportunidade de testar neste lançamento, não houve nada que tenha prejudicado o novo híbrido.
Outro ponto a favor do Switch 2 é que ele é totalmente compatível com todo o catálogo do console original, tanto em formato físico quanto digital. Isso significa que quem atualizar para a nova versão poderá desfrutar de uma ampla seleção de jogos desde o primeiro dia, sem precisar começar do zero. No entanto, se você já possui um console recente, talvez valha a pena esperar um pouco para ver se o preço cai: o preço de lançamento de € 470 não é acessível a todos. E cuidado, porque alguns dos novos títulos também vêm com preços altos — o novo "Mario Kart World", por exemplo, custa € 90.
No geral, achamos a revisão do Switch 2 notável. O Switch 2 aprimora praticamente tudo o que o original oferecia, sem reinventar nada. A Nintendo não correu riscos e optou por um console que segue o mesmo caminho, projetado para atrair tanto os fãs fiéis da Nintendo quanto aqueles que perderam a chance de experimentar o primeiro híbrido. É uma evolução sólida, sem surpresas, mas com argumentos suficientes para continuar competindo no topo. Deixando de lado a falta de inovação na oferta, ficamos com o problema da duração da bateria no modo portátil e o preço de alguns jogos.
ABC.es