Psicologia: Como os introvertidos encontram conexão e comunidade sem se esgotarem

Todos ansiamos por conexão, mas, ao mesmo tempo, alguns de nós — especialmente os introvertidos — frequentemente temos uma bateria social fraca que se esgota após um curto período com outras pessoas. Como podemos conciliar essas duas necessidades básicas? Um psicólogo tem as respostas.
Há relatos recorrentes sobre a "epidemia de solidão", sobre quantas pessoas se sentem sozinhas e carecem de contatos sociais suficientes com quem possam trocar ideias e compartilhar suas vidas. Mas será que o remédio para a solidão deveria realmente se basear apenas na quantidade? Não se trata mais de qualidade? De ter conexões genuínas com os outros?
Quanta conexão realmente precisamos?Esta é precisamente a pergunta que muitos introvertidos costumam se fazer. É claro que, assim como todos nós, eles precisam de outras pessoas em suas vidas. Mas, ao contrário de pessoas mais extrovertidas, geralmente precisam de muito menos. O contato social e os encontros com amigos são bons para todos nós, mas, ao mesmo tempo, os introvertidos costumam drenar muita energia. Suas baterias sociais se esgotam mais rápido do que as dos outros, mesmo quando gostam de estar com seus entes queridos. Como esse dilema pode ser resolvido?
A psicóloga clínica Dra. Anjali Ferguson explica no programa "Oprah Daily" como podemos encontrar comunidade sem nos sentirmos sobrecarregados — além de trabalho remunerado, cuidado e todas as outras demandas diárias da vida. "Defino comunidade como um espaço onde há conexão, cuidado mútuo, compreensão e um senso de pertencimento", explica ela. "É um lugar onde você se sente seguro e pode ser você mesmo."
Continuamos a ser nós mesmos – também em contacto com os outrosFerguson recomenda começar agora mesmo para se conectar mais com os outros: "Comece com as coisas com as quais você se sente confortável", explica ela. Porque fingir e tentar ser algo que não somos não vai ajudar. Isso é especialmente verdadeiro para introvertidos, que muitas vezes precisam se adaptar a um mundo extrovertido de qualquer maneira.
Um espaço comunitário como esse pode, é claro, ter uma aparência muito diferente para cada pessoa. Para alguns, pode ser um clube esportivo, onde treinamos com outros atletas e discutimos temas que nos interessam. Para outros, pode ser um clube do livro, onde nos unimos por um interesse comum pela leitura. Mas também pode ser uma igreja, um estúdio de ioga ou um abrigo para animais.
Segundo a psicóloga, é crucial reservar tempo suficiente para relaxamento e retiro, algo que os introvertidos frequentemente precisam. Portanto, devemos nos perguntar honestamente se treinos duas vezes por semana em nosso esporte favorito ou reuniões semanais de grupos de leitura são realistas. Porque isso nos leva de volta ao início: qualidade em vez de quantidade.
Os espaços digitais também podem conectarA Dra. Ferguson tem outra dica: "Uma comunidade online pode ser muito útil", diz ela. "Não tem a mesma pressão social que o contato presencial, mas ainda proporciona uma sensação de conexão com pessoas com quem compartilhamos interesses e nos sentimos validados."
As mídias sociais são frequentemente demonizadas, mas encontrar contas e criadores no Instagram, YouTube ou TikTok com quem nos sentimos conectados, que lidam com temas semelhantes e que podem estar sofrendo com problemas semelhantes aos nossos, pode ser muito benéfico. É claro que esses espaços digitais não podem substituir o contato presencial com pessoas que pensam como nós, mas podem nos ajudar a nos sentirmos vistos e não tão sozinhos.
Porque, no fim das contas, é exatamente disso que se trata se quisermos combater a solidão: não apenas estar com o máximo de pessoas possível e não passar tempo sozinhos, mas nos sentir conectados, pertencentes, ouvidos e compreendidos.
mbl Brigitte
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