Ozzy Osbourne está morto – Essas músicas do Black Sabbath moldaram o heavy metal

O Black Sabbath, e especialmente Ozzy Osbourne, são considerados os fundadores do heavy metal. A morte do "Príncipe das Trevas" deixa um vazio palpável: mensagens de despedida se acumulam em quase todos os vídeos do Black Sabbath no YouTube.
Fãs do mundo todo escrevem sobre o significado das músicas, relembram shows e citam letras. Nos comentários, "Ozzy" não é apenas lamentado, mas reverenciado – como a voz de uma geração, como um símbolo do metal, como um homem de contradições e carisma.
As reações digitais demonstram o quão profundamente a música de Osbourne ainda ressoa hoje – e que sua influência se estende muito além do gênero. Relembramos as maiores canções do Black Sabbath, com as quais Ozzy Osbourne desempenhou um papel decisivo na história do rock.

O Príncipe das Trevas morreu. O que resta é sua música, que moldou e influenciou gerações de fãs de rock e metal. Uma despedida pessoal de Ozzy Osbourne.
"Paranoid" é o epítome do heavy metal inicial — sombrio, direto e inconfundivelmente agressivo. A letra aborda instabilidade psicológica, vazio interior e alienação. A música se tornou o hino de uma geração e ajudou o Black Sabbath a alcançar sucesso internacional.
O protagonista de "Paranoid" parece preso em sua própria cabeça — inquieto, desesperado. O terceiro verso (citado acima) da música sem refrão encapsula o sofrimento psicológico em torno do qual toda a letra gira. O contraste entre o som energético e a sensação de isolamento reforça o impacto da música.
- Publicação: 1970
- Álbum: Paranoid
- Duração: 2:52 minutos
- Recurso especial: escrito em apenas 20 minutos
- Gênero: Heavy Metal / Hard Rock
"War Pigs" adota uma linha dura contra a política e os militares. Utilizando imagens apocalípticas, a música retrata a irresponsabilidade daqueles que iniciam guerras. Uma declaração política envolta em guitarras estrondosas, continua sendo um clássico no cânone do rock antiguerra.
A música começa com uma alegoria sombria: líderes militares são comparados a sinistros covens de bruxas: “Generais reunidos em suas massas / Assim como bruxas em missas negras” – esse verso de abertura consolida o forte tom anti-guerra que percorre toda a música e o torna eficaz até hoje.
- Publicação: 1970
- Álbum: Paranoid
- Duração: 7:55 minutos
- Tópico: Críticas à Guerra do Vietnã e abuso de poder
- Título original: Walpurgis
"Homem de Ferro" conta a história de um homem que viaja no tempo para salvar o mundo, mas acaba sendo ridicularizado por ele. Sua fúria acaba destruindo tudo. O antigo salvador se torna um pária — incompreendido, ignorado. A letra citada revela a profundidade emocional da música: Da solidão vem a vingança. Um aviso para um mundo que muitas vezes só reage quando é tarde demais.
A parábola sombria da ficção científica pode não agradar a todos, mas até hoje não há como superar o riff monumental do guitarrista do Sabbath, Tony Iommi. Não é à toa que é considerado um dos mais distintos do gênero.
- Publicação: 1970
- Álbum: Paranoid
- Duração: 5:56 minutos
- Matéria especial: Um dos riffs de guitarra mais famosos da história do rock
- Grammy Hall da Fama: Induzido em 2000
"Black Sabbath" – a faixa-título do primeiro álbum – começa com chuva ameaçadora e sinos de igreja, marcando o nascimento do heavy metal. A letra é baseada em um pesadelo do baixista Geezer Butler e aborda aparições demoníacas. Metal em sua forma mais pura.
O som pesado que a banda apresenta em seu álbum de estreia não é coincidência – um acidente de trabalho também contribuiu: o guitarrista Tony Iommi perdeu partes das pontas dos dedos em uma siderúrgica. Em resposta, ele afinou sua guitarra em um tom mais grave e desenvolveu um estilo de tocar que se tornou a marca registrada do Black Sabbath – e, juntamente com a voz anasalada de Osbourne, moldou seu som inconfundível.
Um recurso estilístico central é o chamado trítono – um intervalo dissonante que dá à música sua tensão sinistra e também é chamado de “intervalo do diabo” na música.
- Publicação: 1970
- Álbum: Black Sabbath
- Duração: 6:20 minutos
- Humor: assustador e sombrio
- Influência: Fundação do Doom Metal
Outra música que rendeu ao Black Sabbath a reputação de banda socialmente crítica: "Children of the Grave" apela à geração mais jovem para que rejeite a guerra e escolha o caminho da paz. O ritmo imponente ressalta a urgência da causa.
O verso citado descreve uma geração em ascensão – contra a violência, pela paz. Ele forma a espinha dorsal moral da música e deixa claro que o Black Sabbath era mais do que apenas música sombria.
- Publicação: 1971
- Álbum: Master of Reality
- Duração: 5:17 minutos
- Tópico: Movimento pela Paz
- Som: Escuro, mas ritmicamente conduzido
Quem quiser se aprofundar na obra do Black Sabbath descobrirá muitas outras músicas que marcaram o gênero. Muitas delas desfrutam de status cult – mesmo que algumas nunca tenham sido lançadas como singles e tenham recebido pouca atenção do público:
- “Into the Void” – Visões sombrias em uma forte tempestade de riffs
- “Supernaut” – A alegria experimental encontra o groove de condução
- “Symptom of the Universe” – Precursor do Thrash Metal
- “Snowblind” – Hino da cocaína com um tom gelado e som pesado
- “Tomorrow's Dream” – A melancolia encontra o hard rock compacto e cheio de riffs
- “Hand of Doom” – Inferno das drogas e abismos psicodélicos
- “NIB” – Ícone do baixo com Lúcifer como narrador em primeira pessoa
- “Sabbath Bloody Sabbath” – Faixa-título épica com construção dramática
- “The Wizard” – Incomumente blues, com uma gaita distinta
- “Fadas Usam Botas” – crítica social em versão psicodélica
- “Planet Caravan” – Suave, espacial, quase meditativo
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