'Quase Famosos' acaba de completar 25 anos, mas o casaco de Penny Lane continua tão icônico quanto sempre

Moda e cinema compartilham há muito tempo uma relação simbiótica (basta olhar para qualquer uma das coleções de Miuccia Prada ou Raf Simons). Mesmo assim, poucos filmes se firmaram na psique da moda com a mesma força que Quase Famosos . Claro, os críticos de cinema podem se lembrar da ode semiautobiográfica de Cameron Crowe ao rock 'n' roll de 2000 por sua narrativa terna sobre amadurecimento e trilha sonora ensolarada do sul da Califórnia, mas não há como negar que suas assinaturas de vestuário deixaram um legado duradouro.

No centro da mitologia do estilo do filme está Penny Lane, uma musa misteriosa e autointitulada "Band-Aid" (não confundir com uma "groupie" — uma distinção que Lane descreve assim: "Groupies dormem com astros do rock porque querem estar perto de alguém famoso. Estamos aqui por causa da música, inspiramos a música."). Foi Lane quem me lançou em uma busca de décadas por um casaco felpudo estilo afegão — uma busca que finalmente terminou no meu aniversário de 30 anos, quando minha irmã me presenteou com um casaco Penny Lane de camurça rosa-escuro, que chega até o joelho e que, espere só, se dobra para revelar um forro de veludo cotelê ocre com um acabamento felpudo em água-de-rosa que pode ser usado dos dois lados. É um dos meus bens mais queridos.

Menos de cinco anos depois, você pode encontrar um casaco semelhante em quase qualquer lugar (veja abaixo sete dos melhores estilos que você pode comprar hoje), mas na época, a estilista londrina Charlotte Simone era uma das poucas casas de moda a defender esse estilo nostálgico (embora o meu seja de um vendedor independente no Etsy, sobre o qual minha irmã nunca compartilhou os detalhes).

Lane é interpretada por uma jovem Kate Hudson de cabelos cacheados. É uma prova da interpretação de Hudson e da figurinista Betsy Heimann que "Penny Lane" tenha se tornado sinônimo de casacos de ópera desgrenhados e de inspiração vintage. O visual de Lane — inspirado na band-aid da vida real e autora do propulsor "I'm With The Band" , Pamela Des Barres — foi uma aula magistral do glamour da contracultura dos anos 1970: túnicas bordadas de gaze, camisetas minúsculas e muitos toques folclóricos .

Mas o casaco de pele de carneiro é a atração principal. Ao mesmo tempo esvoaçante e envolvente, o casaco é, em muitos aspectos, uma extensão da própria Lane, como Heimann disse à Vogue : "Quando ela o veste e diz: 'Sou um Band-Aid', ela está dizendo: 'Sou Penny Lane — todo mundo quer ser eu.'" Em termos de moda, o casaco ressurge ciclicamente, das passarelas da Chloé às listas de desejos da Vestiaire , sempre evocando o mesmo fascínio espirituoso.

Hoje, enquanto a moda continua a explorar a nostalgia, a influência de Quase Famosos permanece inconfundível (e inabalável). A obsessão da Geração Z porcamisetas retrô de rock, franjas desgrenhadas e achados de brechós deve muito ao universo estético do filme.

Penny Lane não estava sozinha nisso. Todo o guarda-roupa de Quase Famosos — uma paleta empoeirada de camurça, crochê, jeans boca de sino e sedas esvoaçantes que eu sonho em saquear — foi uma carta de amor às garotas dos bastidores. Vinte e cinco anos depois, Quase Famosos não só envelheceu bem (é um ótimo filme com um jovem Philip Seymour Hoffman, Frances McDormand e uma ainda mais jovem Zooey Deschanel, que profere a frase definitiva sobre amadurecimento: "Um dia você será descolado" ao presentear nossa protagonista verde com uma pilha de discos de rock'n'roll que, segundo ela, "vai te libertar"), como também se tornou folclore da moda.

Quase Famosos pode ter acabado de completar 25 anos, mas sua rebelião jovem de espírito é tão relevante quanto sempre.

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