Peixes dourados ajudam a aliviar a ansiedade em crianças hospitalizadas

Os animais, que vivem lado a lado com os humanos há séculos, desempenham um papel importante para tornar a vida humana mais fácil.

No período em que a tecnologia ainda não era desenvolvida, cavalos e burros faziam com que longas distâncias parecessem curtas para as pessoas, enquanto os bois ajudavam a arar terras agrícolas para cultivar alimentos e, assim, desenvolver a sociedade.

Os animais têm um papel inegável na interação entre sociedades em geografias distantes, no comércio de produtos que cultivam e no estabelecimento do diálogo intercultural.

Na criação de gado bovino e ovino, que é uma parte importante da vida social, os cães servem como pastores e protegem o gado contra animais selvagens, como lobos e raposas.

No século passado, os animais de estimação também se tornaram parte desse relacionamento de apoio, ajudando as pessoas a superar obstáculos fisiológicos e resolver problemas psicológicos e emocionais.

Embora cães que passaram por determinado treinamento ajudem pessoas com deficiência visual a andar nas ruas sem se machucar, sabe-se que o contato com gatos ajuda pessoas deprimidas a se acalmarem.

O artigo publicado por Dasha Garjfoner, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Heriot-Watt, na Inglaterra, e seus colegas discute um teste psicológico realizado na Malásia durante a pandemia de Covid-19.

Comparando 448 malaios que tinham animais de estimação e aqueles que não tinham durante a pandemia, o artigo afirma que os donos de animais têm saúde mental significativamente melhor, são mais capazes de lidar com situações negativas e vivenciam emoções muito mais positivas durante a quarentena.

O artigo observa que, em situações em que as pessoas estão socialmente isoladas e têm dificuldade em lidar com negatividade ou emoções negativas, os animais de estimação podem ter um impacto positivo na saúde mental.

O artigo preparado pela Professora Katherin Sloman, Faculdade de Medicina e Ciências da Vida da Universidade do Oeste da Escócia, na Inglaterra, e seus colegas examina os efeitos do cuidado com peixes em aquários na psicologia humana.

O artigo afirma que a interação com peixes em aquários proporciona benefícios psicológicos e fisiológicos para as pessoas, e que essa interação produz resultados como redução da ansiedade e aumento da tolerância à dor.

No artigo publicado no "Journal of Pediatric Nursing" pelo Dr. Abdullah Sarman, vice-reitor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Bingöl e chefe do Departamento de Enfermagem, e seu colega, são examinados os efeitos dos peixes dourados em crianças hospitalizadas.

Sarman, em uma entrevista online com um correspondente do AA, destacou que há estudos mostrando que animais como gatos, cães, coelhos, pôneis e golfinhos reduzem os níveis de estresse das pessoas e disse que eles estão trabalhando para aliviar as preocupações das crianças que veem o hospital como um ambiente assustador e desconhecido.

Sarman, que afirmou ter dividido 112 crianças entre 8 e 10 anos em dois grupos como parte de um estudo de três dias conduzido em um hospital infantil em Bingöl, disse que eles colocaram peixes dourados em pequenos aquários nos quartos das crianças do primeiro grupo e depois deram às crianças a responsabilidade de cuidar e alimentar os peixes, que elas poderiam então levar para casa.

Sarman compartilhou que, em comparação com as crianças que não receberam a responsabilidade de cuidar dos peixes, conforme exigido pelo estudo, a ansiedade e a angústia vivenciadas pelas crianças que cuidaram dos peixes por três dias no hospital diminuíram e seus estados emocionais e psicológicos melhoraram significativamente.

Sarman relatou que crianças que não tinham sido previamente diagnosticadas com doenças psiquiátricas foram incluídas no estudo para garantir sua eficiência.

Sarman, que destacou que as crianças do estudo interagiram e compartilharam com os peixes por três dias, avaliou que um animal de estimação diferente de um peixinho dourado poderia ter o mesmo efeito positivo nas crianças.

Sarman, que afirmou ter conduzido o mesmo estudo com aquários decorados e não decorados, explicou que os índices de medo, ansiedade e estresse de crianças doentes que observaram peixes em aquários não decorados foram menores em comparação com aquelas que observaram peixes em aquários decorados. Sarman disse que isso foi possível concentrando a atenção das crianças em um único ponto.

Sarman afirmou que eles conduziram um estudo semelhante com tartarugas de bochechas vermelhas e chamou a atenção para o fato de que a dor das crianças que levaram as tartarugas para o quarto do hospital com luvas ao abrir uma veia ou tirar sangue delas diminuiu.