O filme A Voz de Hind Rajab ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Veneza

O filme "A Voz de Hind Rajab", que conta a história da criança palestina Hind Rajab, de 5 anos, que perdeu a vida em um ataque do exército israelense, ganhou o "Leão de Prata do Grande Prêmio do Júri" no 82º Festival Internacional de Cinema de Veneza.

O grande prêmio do festival, o "Leão de Ouro", foi concedido ao filme "Pai, Mãe, Irmã, Irmão", dirigido pelo americano Jim Jarmusch.

O filme "A Voz de Hind Rajab", que conta a história da criança palestina Hind Rajab, de 5 anos, que perdeu a vida em um ataque do exército israelense, ganhou o "Leão de Prata, Grande Prêmio do Júri", conhecido como o segundo maior prêmio do festival.

Toni Servillo ganhou o prêmio de melhor ator por sua atuação no filme "La grazia", ​​enquanto a atriz chinesa Xin Zhilei recebeu o prêmio de melhor atriz por seu papel no filme "The Sun Rises On Us All".

O prêmio "Leão de Prata" de melhor diretor foi dado a Benny Safdie, o diretor americano de "The Smashing Machine".

O prêmio de melhor roteiro foi para Valerie Donzelli e Gilles Marchand, roteiristas do filme "At Work".

Kaouther Ben Hania, o diretor tunisiano do filme "A Voz de Rajab", disse em seu discurso que dedicou este prêmio ao Crescente Vermelho Palestino e àqueles que salvaram vidas em Gaza.

Hania observou que o filme, A Voz de Hind Rajab, é a voz de Gaza, um pedido de ajuda ao mundo inteiro, mas ninguém respondeu.

Hania afirmou que a voz de Hind continuará a ecoar até que a responsabilização seja alcançada e a justiça seja feita, acrescentando: "Esta é a história de todas as pessoas que foram submetidas ao genocídio pelo regime criminoso israelense, que tragicamente ficou impune."

Hania lembrou que a mãe e a irmã de Hind Rajab ainda estão em Gaza, dizendo que vivem sob o mesmo medo, fome e bombardeio todos os dias.

"A sobrevivência deles não é uma questão de caridade, é uma questão de justiça, de humanidade, da responsabilidade mínima que o mundo tem para com eles", disse o diretor tunisiano.

Hania expressou sua esperança de que este filme ajudasse a parar a guerra e concluiu seu discurso com a frase "Palestina Livre".

A equatoriana Ana Cristina Barragan, que ganhou o prêmio Orizzonti de Melhor Roteiro por seu filme "The Ivy", concluiu seu discurso de aceitação em espanhol com as palavras "Palestina Livre".

A indiana Anuparna Roy, que ganhou o prêmio Orizzonti de Melhor Diretora por seu filme "Songs of Forgotten Trees", deixou uma mensagem de apoio à Palestina em seu discurso.

Roy expressou seu desejo de falar sobre um evento muito sério e desastroso que ocorreu na Palestina e disse: "Toda criança merece paz, liberdade e salvação, e a Palestina não é exceção".

Anuparna Roy disse: "Não quero aplausos por isso. É uma responsabilidade parar por um momento e considerar apoiar a Palestina. Posso ter a reação do meu país, mas isso não me importa mais."

A marroquina Maryam Touzani, diretora do filme "Calle Malaga", vencedor do Prêmio do Público Armani Beauty, enfatizou em seu discurso que sentiu dor ao receber o prêmio e que não conseguia esquecer a opressão infligida ao povo palestino a cada segundo.

"Hoje, como mãe, posso me considerar sortuda por poder olhar para o meu filho enquanto falo, porque quantas mães ficaram sem filhos? Quantas crianças ficaram sem mãe, sem pai? Elas perderam tudo, quantas mais perderão antes que esse horror acabe? Sim, enxugamos nossas lágrimas e seguimos em frente, mas nos recusamos a perder nossa humanidade", disse Touzani.