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A 'tampa' do supervulcão impediu erupções por milhões de anos

A 'tampa' do supervulcão impediu erupções por milhões de anos

Uma equipe de geólogos americanos descobriu que uma "tampa" invisível e anteriormente inacessível está impedindo que o supervulcão de Yellowstone entre em erupção de uma forma que poderia ter lançado um continente inteiro no caos e mudado o clima de todo o planeta. O estudo, usando técnicas sísmicas de ponta, mostrou que abaixo da enorme caldeira existe uma camada de magma líquido — um reservatório subterrâneo complexo e dinâmico que mantém o magma sob controle e cria as condições para a estabilidade do vulcão gigante.

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Há relatos de que o vulcão de Yellowstone mostra sinais de atividade de tempos em tempos, expelindo gêiseres e expelindo montanhas de minerais e vapor, mas está em um estado que os especialistas agora chamam de "dormência amigável". E embora a majestosa caldeira (a depressão no topo do vulcão) continue a atrair milhões de turistas de todo o mundo, estudos recentes nos lembram que mesmo neste estado “pacífico” ocorrem em seu interior processos complexos que regulam sua atividade.

A descoberta da "supercobertura" foi possível graças a métodos sismoacústicos modernos desenvolvidos especificamente para estudar as camadas internas da crosta terrestre na região de Yellowstone. Pela primeira vez, os cientistas conseguiram obter imagens muito claras e altamente precisas do limite superior do reservatório subterrâneo de magma, localizado a uma profundidade de 3,5 a 4 quilômetros sob a parte nordeste da caldeira. Essas imagens mostram que o magma está em um estado de profunda dinâmica, em constante equilíbrio entre o movimento de gases, líquidos e rochas sólidas.

Como explicaram os principais pesquisadores, o elemento-chave desse sistema é a chamada "capa de magma estanque", que atua como um regulador de pressão dentro do vulcão. Ele consiste em uma massa porosa, mas ao mesmo tempo bastante soldada, contendo bolhas de substâncias voláteis, como vapor de água e dióxido de carbono, que permitem ao sistema conter o excesso de pressão e evitar uma crise repentina. Cientistas observam que processos como a liberação gradual de gases e seu fluxo através de rachaduras ajudam o sistema a permanecer estável por milhões de anos.

O cientista Brandon Schmandt explicou que essa camada de magma está sujeita a mudanças constantes.

"Nossos modelos mostram que, sob certas condições, a pressão dentro do reservatório atinge um ponto crítico, mas devido ao movimento dos gases e ao fluxo de magma, ocorre uma regulação automática que impede uma explosão", observou.

Um aspecto importante da pesquisa foi o uso de uma nova técnica: o envio de ondas sísmicas que se assemelham a pequenos terremotos. Elas são causadas por um caminhão vibratório que transmite ondas para o solo, e centenas de sismômetros registram suas reflexões e passagens pelas camadas rochosas. Especialistas desenvolveram algoritmos especiais para decifrar os sinais recebidos, o que tornou possível criar um modelo tridimensional detalhado da estrutura da crosta terrestre, antes inacessível para estudo.

Os resultados mostraram que o limite entre a camada magmática e as rochas circundantes está localizado a uma profundidade de cerca de 3,8 quilômetros. Além disso, os cientistas descobriram que esta tampa contém um volume significativo de substâncias líquidas e gasosas.

Os dados combinados mostram que a camada de magma atua como um selo e regulador, permitindo que o magma exista no sistema por milhões de anos sem erupções massivas. A proporção de bolhas voláteis nessa camada é de cerca de 14%, o que é menor do que a de vulcões explosivos típicos, como o Vesúvio (Itália) ou o Krakatoa (Indonésia).

O estudo destaca que as previsões confirmam indiretamente que o risco de uma erupção gigante nos próximos milhões de anos é extremamente baixo, com uma probabilidade estimada de cerca de 0,00014% ao ano. Especialistas explicam que a atividade dentro do vulcão continua bastante complexa, e novos desenvolvimentos tecnológicos permitem monitorar constantemente as mudanças na estrutura do sistema magmático. Sistemas modernos de monitoramento — a instalação de dezenas de novos sismômetros, sensores de gás e tecnologia de satélite — ajudam a detectar quaisquer sinais de um possível despertar de vulcão em tempo hábil.

mk.ru

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