Fabricante de fertilizantes admite: a digitalização também se tornou a resposta para a escassez de pessoal

- "A introdução de um sistema ERP integrado aumentou significativamente o nível de digitalização em nossa empresa. Hoje, praticamente todos os funcionários utilizam sistemas de TI em seu trabalho diário", afirma Hubert Kardasz, CEO da Intermag, empresa especializada na produção de fertilizantes foliares, bioestimulantes e produtos para a saúde animal.
- "Na nossa empresa, enfrentamos tentativas de fraude, spam e outras ameaças digitais todos os dias, por isso trabalhamos constantemente para melhorar a segurança, utilizando tecnologias cada vez mais avançadas e colaborando com os melhores fornecedores", revela nosso interlocutor. Há detalhes.
- A digitalização também está, até certo ponto, solucionando a escassez de pessoal. "As áreas agrícola e agrotécnica são atualmente impopulares: o número de estudantes é menor do que antes, e os jovens frequentemente escolhem áreas que parecem "na moda", mas que não necessariamente atendem às necessidades do mercado", ressalta Hubert Kardasz.
- Esta conversa faz parte de uma série de entrevistas que servirão de base para o relatório "Da Fita ao Algoritmo: Como a Digitalização Está Moldando o Futuro da Indústria", preparado pelo WNP Economic Trends em conjunto com o New Industry Forum (Katowice, 14 e 15 de outubro de 2025) . A estreia será em outubro.
Quais foram os investimentos digitais mais importantes que a Intermag fez nos últimos anos e quais deles tiveram o maior impacto no desenvolvimento da empresa?
- A Intermag vem se desenvolvendo há 35 anos, alavancando o crescimento orgânico, e a digitalização gradualmente cobriu áreas subsequentes de atividade – da contabilidade, passando pela gestão de materiais, distribuição, CRM e HRM.
Com o tempo, porém , a fragmentação dos sistemas de diferentes fornecedores e as dificuldades com a integração de dados surgiram. Assim, há cerca de três anos, foi tomada a decisão estratégica de implementar um sistema ERP integrado, abrangendo todos os principais processos da empresa: desde contabilidade e faturamento, passando por compras, gestão de materiais, distribuição e planejamento da produção, até RH, vendas e gestão de infraestrutura.
O processo de seleção da solução foi precedido por mais de um ano de análises, visitas de referência e discussões com fornecedores. Estamos, portanto, em meio a uma grande transformação, dividida em várias etapas. A implementação começou no final de 2023, com o lançamento da produção em janeiro de 2025.
Atualmente, o sistema já inclui contabilidade completa, fluxo eletrônico de documentos, gestão de materiais, distribuição (incluindo gestão de armazéns de prateleiras altas), processos básicos de produção e módulos de RH. Isso representa aproximadamente dois terços do escopo planejado do projeto, o que representa um dos maiores investimentos em TI da história da empresa.
As próximas etapas, já planejadas, incluem gerenciamento de infraestrutura e manutenção de planta, funções avançadas de planejamento de produção, um portal de funcionários e extensos módulos de RH, sistemas de suporte de vendas e marketing, e um portal B2B para contratantes (na forma de uma loja virtual para distribuidores menores).

Em que medida você acha que esses projetos aumentaram a maturidade digital da empresa?
"A introdução de um sistema ERP integrado aumentou significativamente o nível de digitalização em nossa empresa. Hoje , praticamente todos os funcionários utilizam sistemas de TI em seu trabalho diário."
Os processos de produção já contam com códigos de barras e telas sensíveis ao toque, mas a integração total das máquinas com o sistema ERP ainda está por vir. No futuro, planejamos implementar soluções que permitam a leitura e análise automáticas dos parâmetros do processo e seu controle direto por meio de algoritmos do sistema.
Somos uma empresa de médio porte com capital polonês, então ainda é difícil competir com grandes corporações e gigantes do mercado, mas fizemos progressos significativos e estamos constantemente desenvolvendo novos elementos no espírito da Indústria 4.0. Acreditamos que essa direção nos ajudará a manter a empresa em crescimento constante.
Quais critérios determinam os investimentos digitais na Intermag e como vocês colaboram em inovação? Quais barreiras vocês encontram na Polônia?
O novo sistema de TI proporciona um nível completamente novo de qualidade de dados e tomada de decisões — ele nos permite planejar melhor a produção e os recursos, além de controlar custos. Graças a ele, podemos, por exemplo, calcular a lucratividade da produção por SKU (Stock Keeping Units – um identificador usado para gerenciar um determinado produto – nota do editor) individual, o que antes era praticamente impossível com sistemas distribuídos.
Além da digitalização, entendida como a otimização do fluxo de informações, estamos introduzindo cada vez mais soluções de automação do trabalho. O principal fator continua sendo o aumento do custo da mão de obra e, ainda mais importante, a escassez de mão de obra disponível.
Há apenas 10 anos, seria difícil imaginar que a escassez de pessoal se tornaria um dos principais obstáculos ao desenvolvimento de uma empresa... Agora, acontece que não conseguimos encontrar o especialista certo por um ano e meio ou dois — e isso não se deve a condições de trabalho pouco competitivas, mas à oferta limitada de pessoas qualificadas no mercado.
O problema é particularmente grave em cargos especializados, mas mesmo em vendas, a situação é desafiadora – especialmente para aqueles com diploma em agronomia. Estamos colaborando com universidades agrícolas nesse sentido e notamos uma queda drástica no número de alunos em áreas agrícolas. Se antes havia algumas dezenas de alunos por ano, agora, frequentemente, são apenas de cinco a dez, e algumas áreas nem sequer estão sendo oferecidas.
Isso tem um impacto real na disponibilidade de funcionários com conhecimento agronômico, o que em nosso setor é essencial não apenas nos departamentos de vendas, mas também nos departamentos de marketing e desenvolvimento.
Portanto, ao tomar decisões sobre digitalização e automação na Intermag, três critérios são fundamentais: melhorar a qualidade dos dados e das decisões de negócios, aumentar a eficiência do trabalho e compensar parcialmente a escassez de pessoal em áreas que exigem conhecimento especializado.

Como a Intermag usa dados de produção e laboratórios e quais são seus planos de longo prazo para digitalização de plantas, incluindo fábricas inteligentes, IIoT e gêmeos virtuais de processos?
A Intermag utiliza dados de produção e de laboratório principalmente para aprimorar o planejamento de recursos — tanto de produção quanto de infraestrutura. Analisamos esses dados para planejamento de produção, gestão de infraestrutura, inspeção e manutenção de equipamentos e alocação de pessoal para diversos processos de produção. Esses dados também subsidiam o planejamento estratégico de desenvolvimento da empresa a longo prazo.
Olhando para o futuro, estamos trabalhando para garantir que os dados do processo possam ser usados diretamente para otimizar os processos de produção. Atualmente, temos uma vasta quantidade de dados de testes de campo e pesquisas laboratoriais, com milhares de resultados em diversas culturas e produtos.
Essas informações são úteis para o posicionamento do produto, a criação de materiais de marketing e o desenvolvimento de novos produtos e sua direção futura. Muitas vezes, em vez de resultados individuais, analisamos metadados — tendências e informações generalizadas sobre o desempenho do produto.
Embora nem todos esses dados estejam ainda totalmente processados em sistemas de TI avançados, eles já constituem um elemento-chave de nossas atividades em termos de desenvolvimento de nossa oferta de produtos e comunicações de marketing.
Como você avalia o potencial e os riscos associados à troca de dados com parceiros B2B?
- A troca de dados com parceiros B2B – agricultores, distribuidores, laboratórios e universidades – é muito importante para nós, porque a comunicação direta de sistema para sistema nos permite otimizar os processos de negócios e adaptar melhor nossa oferta às necessidades de nossos parceiros.
As soluções de produção e laboratório implementadas são baseadas em padrões internacionais renomados, geralmente fornecidos por empresas globais líderes que definem padrões no setor agroindustrial.
Também cooperamos ativamente com universidades, principalmente com universidades de ciências naturais, principalmente na pesquisa da eficácia de produtos desenvolvidos — às vezes na fase de conceito, mas muito mais frequentemente logo antes ou depois de serem introduzidos na produção.
Estamos cientes dos riscos associados à segurança de dados, por isso atribuímos grande importância ao uso de mecanismos comprovados de proteção de informações.
Embora a colaboração com diversos fornecedores seja possível, o mercado de digitalização é atualmente amplamente dominado por players globais que fornecem soluções. Infelizmente, essa área é fortemente monopolizada, o que torna a precificação difícil e proibitiva para empresas de médio porte.
Continuando com o tema: os ataques cibernéticos também estão aumentando com a digitalização. Como a Intermag está se protegendo contra essa ameaça? Que apoio o governo deve fornecer, especialmente para empresas de tecnologia de médio porte?
- O nível de conscientização e proteção contra ataques cibernéticos na indústria química e agrícola polonesa está aumentando, mas muitos desafios ainda permanecem.
Em nossa empresa, enfrentamos tentativas de fraude, spam e outras ameaças digitais todos os dias, por isso trabalhamos constantemente para melhorar a segurança usando tecnologias cada vez mais avançadas e colaborando com os melhores fornecedores.
Um exemplo de ameaça real foi quando uma fatura que enviamos a um cliente estrangeiro foi interceptada por um hacker que alterou o número da conta bancária para um falso. Graças à vigilância do cliente, os fundos não foram transferidos. Naturalmente, denunciamos o caso à polícia. Infelizmente, a falta de recursos e de unidades especializadas fez com que o caso fosse rapidamente arquivado.
Tais situações demonstram que os cibercriminosos se sentem impunes e que as consequências de suas ações podem ser mais graves do que as dos crimes tradicionais. Acreditamos que o Estado deve fornecer apoio na forma de unidades especializadas para responder aos crimes cibernéticos e coordenar melhor os esforços nessa área.
Para empresas de tecnologia de médio porte, como a Intermag, o suporte educacional e sistêmico na área de segurança de TI também é importante para combater ameaças de forma eficaz.
“Praticamente todos os funcionários utilizam as novas ferramentas e passaram pelo processo de treinamento adequado”Como a digitalização e a implementação de soluções da Indústria 4.0 influenciaram seus métodos de gestão e a preparação dos funcionários para trabalhar com novas ferramentas?
Ainda estamos no processo de transformação, mas posso dizer com segurança que o maior desafio não foi a tecnologia em si, mas o planejamento do processo de mudança em si: preparar as pessoas para trabalhar com as novas ferramentas e treinar os funcionários de toda a empresa.
Líderes de transformação digital foram nomeados em cada área funcional, participando tanto da definição dos requisitos durante a seleção do sistema ERP quanto da sua implementação. Isso garante que praticamente todos os funcionários utilizem as novas ferramentas e tenham concluído o processo de treinamento adequado.
A transformação digital, portanto, não estava associada apenas à implementação de sistemas de TI, mas também a um amplo processo de mudanças organizacionais, reciclagem de equipes e adaptação de novas formas de trabalho.
Que dificuldades você encontrou durante esse processo?
Infelizmente, a maior barreira à digitalização são as pessoas... Para muitos funcionários, introduzir novas soluções e mudanças em uma organização é um desafio significativo. Muitas vezes, eles têm medo de novidades e relutam em se envolver em processos de digitalização, o que, em alguns casos, até levou a demissões. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles menos abertos a mudanças.
Portanto, tornou-se crucial gerenciar adequadamente o processo de transformação, explicando aos funcionários por que estamos introduzindo novas soluções e quais benefícios elas podem trazer a longo prazo.
O segundo problema significativo é a falta de conscientização entre algumas empresas – especialmente as pequenas – sobre os benefícios reais e de longo prazo que a digitalização pode trazer em áreas específicas de atividade.
A terceira barreira continua sendo o custo – implementar sistemas de TI modernos e automatizar processos está cada vez mais caro. Mais programas de apoio seriam necessários para facilitar os investimentos em digitalização, especialmente para pequenas e médias empresas. Embora subsídios tenham sido disponibilizados no passado, apoio semelhante é difícil de encontrar atualmente.
Você mencionou dificuldades no recrutamento de especialistas no setor. Como avalia o sistema de treinamento de recursos humanos na Polônia? Quais habilidades são atualmente mais difíceis de adquirir?
- Eu avalio como um pouco mediano... O sistema educacional polonês é muitas vezes distanciado da prática – os alunos geralmente têm conhecimento teórico, mas não sabem como aplicá-lo na prática.
Na Intermag, nos esforçamos para resolver esse problema promovendo estágios e programas de aprendizagem. Este ano, aceitamos diversos estagiários, e os melhores têm a oportunidade de continuar trabalhando conosco após a formatura. Isso permite que os alunos direcionem melhor sua formação acadêmica e desenvolvimento profissional.
Também colaboramos com universidades: nossa equipe ministra palestras, compartilhando sua experiência prática em tecnologias agrícolas, suplementos alimentares para animais e os processos de produção que implementamos. Isso nos permite construir relacionamentos próximos com universidades especializadas em ciências naturais e nos esforçar para preparar os graduados para as realidades do mercado de trabalho.
Infelizmente, como mencionei, as áreas agrícola e agrotécnica não são populares hoje em dia: o número de estudantes é menor do que antes, e os jovens muitas vezes escolhem áreas que parecem "na moda", mas que não necessariamente atendem às necessidades do mercado... Tentamos neutralizar isso participando de feiras de emprego e mostrando aos jovens o que realmente fazemos no setor.
Como você avalia o progresso da digitalização na administração pública? Ela está em desenvolvimento? É favorável aos cidadãos e às empresas?
É difícil responder a essa pergunta de forma definitiva, mas, na minha opinião, a Polônia está relativamente avançada na digitalização dos serviços públicos. Muitos processos — como subsídios agrícolas, registros e gestão regulatória — já podem ser concluídos online, facilitando a condução eletrônica de negócios por empreendedores. Temos um desempenho bastante bom nessa área em comparação com outros países europeus.
Graças a essa digitalização, os empreendedores, incluindo nós, estão se acostumando cada vez mais ao fluxo eletrônico de informações, o que apoia o desenvolvimento da inovação e a construção de uma cultura digital na empresa.
No entanto, o maior desafio continua sendo a instabilidade da lei e a falta de transparência nas regulamentações, especialmente as tributárias. Muitas vezes, as decisões sobre obrigações tributárias exigem interpretações individuais, pois as regulamentações são pouco claras e ambíguas. Isso limita o uso efetivo da digitalização e exige mais esforços para simplificar e aumentar a transparência jurídica, para que as empresas possam utilizar plenamente as ferramentas digitais da administração pública.
“A inteligência artificial em áreas técnicas ainda tem limitações”A IA está mudando seu modelo de negócios? Em quais áreas a Intermag vê o maior potencial para a inteligência artificial?
- Acredito que a inteligência artificial ainda seja subutilizada na Polônia porque é uma solução relativamente nova que só está disponível em larga escala há alguns anos.
Por exemplo, o ChatGPT foi lançado há quatro anos, e as empresas só agora estão aprendendo a implementar a IA de forma eficaz nos processos de negócios cotidianos. Nós também ainda estamos na fase de aprendizado e testes para descobrir como a IA pode ser melhor aplicada em nossos negócios.
Atualmente, a IA é usada principalmente para tarefas simples de escritório, como atribuição de materiais, automação de e-mails e suporte a análises. Ela ainda não é aplicada de forma sistemática ou totalmente integrada aos nossos processos de produção ou planejamento.
Vemos a IA em nossa empresa como uma ferramenta que pode nos ajudar em diversas áreas. Por exemplo, no planejamento, onde grandes volumes de dados precisam ser analisados e conclusões tiradas. Ela também pode melhorar o atendimento ao cliente, assumindo algumas tarefas rotineiras, e apoiar análises de mercado e decisões de negócios.
Também estamos considerando aplicações mais avançadas, como otimização de receitas de fertilizantes ou recomendações personalizadas para agricultores.
Por outro lado, sabemos que a IA em áreas técnicas ainda apresenta limitações – ela nem sempre distingue conhecimento confiável de pseudociência. Portanto, abordamos essa questão com cautela para garantir que os resultados sejam realmente valiosos e seguros para os negócios.
“A tendência da Indústria 5.0 está se tornando cada vez mais importante também na agroindústria”E o que uma empresa como a sua espera da megaestratégia de digitalização da UE e da Polônia?
- Acima de tudo, desregulamentação e simplificação regulatória bem compreendidas. Competimos globalmente com China, Índia e Estados Unidos, enquanto a burocracia e as regulamentações excessivas na Europa dificultam a implementação de projetos inovadores por empreendedores.
No contexto de novas tecnologias, como a inteligência artificial, programas de apoio que reduzam o risco de investimento — por exemplo, subsídios e bolsas para projetos de pesquisa e desenvolvimento — seriam úteis. Estamos todos aprendendo essas soluções, e o risco de algumas delas fracassarem é alto. Portanto, apoio financeiro e consultivo seriam muito úteis.
Destacarei também a concentração de poder nas mãos das plataformas digitais globais. Atualmente, as comunicações e o marketing online são amplamente dominados por alguns gigantes, dificultando a competição entre pequenas e médias empresas sem incorrer em altos custos.
Qualquer limitação da monopolização ou introdução de regras mais transparentes para a operação dessas plataformas seria benéfica para os empreendedores.
A Indústria 5.0 também é inevitável na agricultura? Como a Intermag está respondendo às crescentes demandas por sustentabilidade ambiental e resiliência a crises?
A Indústria 5.0, que combina tecnologia, sustentabilidade e foco humano, está se tornando cada vez mais importante no setor do agronegócio. Estamos observando um tremendo progresso tecnológico neste setor, especialmente em digitalização e automação.
Liderando essas mudanças estão principalmente os fabricantes de equipamentos agrícolas, que agora oferecem não apenas tratores e colheitadeiras modernos, mas também plataformas digitais completas para a gestão agrícola. Graças à integração de IoT, GPS e sistemas autônomos, os equipamentos agrícolas podem coletar dados em tempo real, executar determinadas tarefas de forma autônoma e até mesmo otimizar a demanda de insumos.
Na Intermag, monitoramos de perto essas mudanças e nos adaptamos às crescentes expectativas dos agricultores e do mercado em relação à sustentabilidade ambiental, pegada de carbono e resiliência a crises. Por exemplo, estamos testando nossos produtos para uso com tecnologias modernas, como a pulverização por drones, que utiliza quantidades significativamente menores de líquido de pulverização do que os pulverizadores tradicionais. Na prática, isso significa que nossos insumos devem operar efetivamente em doses mais baixas, apoiando uma agricultura mais sustentável e de precisão.
O desenvolvimento dinâmico de soluções autônomas, drones e sistemas digitais de gestão agrícola nos obriga a adaptar continuamente nossas ofertas e analisar como essas tecnologias podem impactar o futuro do agronegócio. Isso nos permite não apenas atender às necessidades atuais do mercado, mas também participar ativamente da transformação da agricultura rumo à Indústria 5.0.
Em que medida suas soluções digitais apoiam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável? Como você avalia os relatórios ESG?
- Tenho uma atitude ambivalente em relação ao ESG... Por um lado, a ideia é correta, por outro, muitas empresas a usam para o chamado greenwashing, comunicando uma coisa, mas guiadas por motivos completamente diferentes.
No entanto, nos tempos atuais de altos custos de energia e cargas de emissões de CO2, bem como no contexto do próximo ETS2, implementar soluções que minimizem a pegada de carbono e o consumo de energia está se tornando essencial também para empresas menores, como a nossa.
Na Intermag, estamos tomando medidas concretas para resolver esse problema. Utilizamos nossas próprias fontes de energia renováveis – temos painéis fotovoltaicos nos telhados dos nossos pavilhões, o que nos permite produzir mais energia em dias ensolarados do que consumimos. Também estamos analisando como otimizar a produção em termos de custos de energia e planejamos implementar instalações de armazenamento de energia no futuro.
A digitalização desempenha um papel fundamental aqui – nosso sistema ERP nos permite coletar dados de todas as áreas e usá-los para minimizar o desperdício. Na indústria química, não existe produção totalmente livre de desperdícios, mas com informações precisas, podemos gerenciar melhor os resíduos internamente e reduzir os descartados externamente.
Na prática, a principal motivação para nossos esforços ESG é a economia – os custos de energia e descarte de resíduos são tão altos que as empresas são forçadas a implementar soluções digitais e ecologicamente corretas. A melhoria da qualidade dos dados nos permite gerenciar recursos de forma mais eficaz, otimizar o consumo de energia e reduzir o desperdício, o que se traduz diretamente em eficiência e sustentabilidade para a empresa.
A Intermag é uma empresa polonesa fundada em 1988, especializada na produção de fertilizantes foliares, bioestimulantes e produtos para a saúde animal. Embora formalmente seja uma empresa de médio porte, já estabeleceu presença internacional e forte potencial tecnológico.
wnp.pl