Ministério da Saúde vai padronizar atendimento cardiológico

O Ministério da Saúde publicou um projeto de regulamento que introduz princípios uniformes para a organização do atendimento cardiológico e o manejo clínico de pacientes com doenças do aparelho circulatório. O documento, elaborado de acordo com a Lei da Rede Nacional de Cardiologia, abrange todas as etapas – desde o atendimento preventivo na atenção primária, passando pelo diagnóstico especializado e tratamento hospitalar, até a reabilitação e os cuidados de longa duração.
O Ministério da Saúde enfatiza que, até agora, muitos pacientes têm enfrentado dificuldades com um caminho de tratamento caótico e pouco claro. A nova regulamentação introduz um algoritmo unificado — o chamado "caminho do paciente". Isso significa que qualquer pessoa que entre no sistema com suspeita de doença cardíaca estará sujeita a um processo estruturado.
A atenção primária à saúde será responsável pelo primeiro contato. Isso incluirá, entre outras coisas, uma avaliação de saúde para adultos no âmbito do programa "Minha Saúde" e, se necessário, a emissão de um Cartão Eletrônico de Cuidados Cardíacos (e-KOK) e o encaminhamento para um centro especializado.
Atendimento ambulatorial especializado será oferecido aos pacientes que necessitam de diagnósticos mais aprofundados. Foram introduzidos prazos claros, incluindo um máximo de 30 dias para consultas após os testes, para evitar meses de espera por um diagnóstico.
O tratamento hospitalar é organizado de acordo com três níveis de referência (de centros de cardiologia primária a centros de excelência). Os pacientes têm acesso garantido a uma unidade onde seu caso será resolvido o mais rápido possível.
A reabilitação cardíaca e os cuidados de longo prazo estão se tornando componentes sistêmicos, em vez de "complementos". Isso significa que, após um ataque cardíaco, cirurgia cardíaca ou insuficiência cardíaca descompensada, os pacientes não são deixados à própria sorte, mas recebem um plano de exercícios, educação em saúde e telerreabilitação.
A Rede Nacional de Cardiologia (KSK), formalmente estabelecida em junho de 2025, finalmente está recebendo uma ferramenta para uma operação eficaz. O regulamento exige que todos os centros da rede prestem serviços de acordo com as "recomendações principais". Isso significa que, independentemente de o paciente residir em Varsóvia ou em uma cidade pequena, ele deve receber a mesma qualidade de atendimento.
Conforme enfatizado na justificativa do projeto, espera-se que a padronização traga três efeitos principais:
- melhorando a qualidade de vida dos pacientes graças ao diagnóstico mais rápido e ao tratamento mais eficaz,
- aumentar a eficiência do sistema através de uma melhor coordenação das atividades entre os cuidados de saúde primários, as clínicas, os hospitais e a reabilitação,
- reduzindo o peso das doenças cardiovasculares na sociedade , que hoje geram enormes custos de saúde e econômicos.
O regulamento não é apenas um documento legal. Baseia-se nos conhecimentos médicos e diretrizes mais recentes das sociedades de cardiologia europeia e polonesa. Um exemplo é o uso das escalas SCORE2 e SCORE2-OP para avaliação de risco cardiovascular, que permitem uma previsão de risco mais precisa e medidas preventivas personalizadas.
Na prática, isso significa que pacientes de alto risco, mesmo aqueles sem diagnóstico, receberão planos individualizados de monitoramento, educação e prevenção. Essa abordagem muda o foco do tratamento para a prevenção — a estratégia de saúde pública mais eficaz.
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