Especialista: Tsunamis geralmente viajam a uma velocidade de pelo menos 800 km/h

Um tsunami normalmente viaja a uma velocidade de pelo menos 800 km/h, mas suas ondas são difíceis de ver em mar aberto. Se a água subir meio metro ou um metro, já é uma quantidade significativa. O pior é quando atinge a costa", disse o geólogo Prof. Jerzy Żaba, da Universidade da Silésia, à PAP.
Na terça-feira, um terremoto de magnitude 8,7 foi registrado na costa leste de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O serviço russo informou que o terremoto, cujo hipocentro estava a uma profundidade de aproximadamente 19 km, não causou vítimas. A agência enfatizou que os tremores foram superficiais e fortes o suficiente para desencadear ondas de tsunami.
De fato, após o terremoto, ondas de 3 a 5 metros de altura atingiram a cidade de Severo-Kurilsk, no norte das Ilhas Curilas, informou a mídia russa. A água carregou barcos de pesca atracados no porto para o mar e inundou uma fábrica de processamento de pescado. Enquanto isso, na Ilha Sakhalin, a rede elétrica foi danificada e ocorreram cortes de energia, informou a RIA Novosti. Não houve relatos de mortes.
De acordo com o USGS, as costas da Rússia e do Japão, bem como a ilha de Guam, no Pacífico Ocidental, e as Ilhas Marianas, são as que correm maior risco de tsunamis. A Agência Meteorológica do Japão também emitiu um alerta. Os alertas também abrangem os Estados Unidos (Califórnia, Oregon e Washington, e o sul do Alasca) e o Canadá (Haida Gwaii, as costas norte e central da Colúmbia Britânica e as costas nordeste e oeste da Ilha de Vancouver).
"Para que tal onda se forme, é preciso que haja movimento no fundo do mar. A parte da terra coberta pela água precisa se mover: para cima ou para baixo", explicou o sismólogo Prof. Dr. Wojciech Dębski, do Instituto de Geofísica da Academia Polonesa de Ciências, em uma entrevista anterior à PAP. Ele acrescentou que, então, "toda a enorme massa de água se desloca e se move em diferentes direções".
O geólogo Prof. Jerzy Żaba, da Universidade da Silésia, explicou em entrevista à Agência Polonesa de Imprensa (PAP) que tsunamis não ocorrem quando um terremoto ocorre no interior, longe do oceano. "Nesse caso, geralmente há danos maiores causados pelas próprias vibrações do solo. No entanto, se o terremoto ocorrer no fundo do oceano, os danos causados pelas vibrações são mínimos, mas os danos causados pela onda do tsunami são significativos", explicou.
Ele relembrou o terremoto de dezembro de 2004 no Oceano Índico. "Naquela época, sua magnitude foi estimada em pelo menos 9 na escala Richter. Esse terremoto também desencadeou muito rapidamente um tsunami catastrófico que matou pelo menos 250.000 pessoas", disse ele.
Ele observou que os tsunamis normalmente viajam a velocidades de pelo menos 800 km por hora. "Em mar aberto, as ondas de tsunami são difíceis de ver. Se a água subir meio metro ou um metro, já é muito. O pior é quando o tsunami atinge a costa. Se for plana e ocupada por vilas ou cidades, a destruição é enorme", disse o especialista.
O professor Dębski observou que os alertas de tsunami geralmente cobrem vastas áreas após grandes terremotos. Atualmente, essas áreas incluem regiões de ambos os lados do Oceano Pacífico.
– O tsunami catastrófico de dezembro de 2004 na região do Oceano Índico também causou destruição significativa nas costas da África, inclusive na África Austral – lembrou.
Kamchatka, o Extremo Oriente Russo e o Japão estão localizados no "Anel de Fogo do Pacífico", uma região do mundo com alta atividade sísmica. Essa zona se estende ao longo da costa do Oceano Pacífico — da Nova Zelândia, passando por partes do Sudeste Asiático, Japão, Kamchatka, Alasca e as costas ocidentais das Américas.
Especialistas preveem que tremores secundários de magnitude 7,5 continuarão por pelo menos um mês após o recente terremoto em Kamchatka. O professor Wojciech Dębski falou à PAP sobre tais fenômenos: "Após um choque desse tipo, podemos esperar que os tremores secundários durem até seis meses. Os mais fortes durarão cerca de doze dias. Depois disso, os tremores se tornarão cada vez mais fracos e menos frequentes."
Em entrevista anterior à PAP, o professor Grzegorz Lizurek, do Instituto de Geofísica da Academia Polonesa de Ciências, relembrou o maior terremoto já registrado. Ele ocorreu no Chile em 1960, com magnitude 9,5. O maior evento desse tipo neste século, no Japão, em 2011, na região do "Anel de Fogo do Pacífico", teve magnitude 9,1. "Matou 15.000 pessoas, a maioria vítimas do tsunami que o acompanhou", disse o geofísico.
Como ele explicou, a escala Richter, que usamos para descrever terremotos, é uma escala logarítmica: – Isso significa que um terremoto de magnitude 8 é 10 vezes mais forte que um terremoto de magnitude 7.
Segundo o USGS, houve sete terremotos de magnitude 8,3 ou superior na costa de Kamchatka desde 1900. O mais forte foi o de 4 de novembro de 1952, com magnitude 9,0, que produziu ondas de mais de 9 metros de altura na costa do Havaí, a mais de 5.000 km de distância. (PAP)
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