Primeiro e único texto teatral de Giovanni Spadolini em Florença

Oitenta e cinco anos após sua composição e mais de quarenta anos após sua estreia fracassada, "A Loucura de um Czar (Ivan, o Terrível)", a única peça de Giovanni Spadolini, chega aos palcos. No domingo, 9 de novembro, às 18h45, na Biblioteca Spadolini Nuova Antologia, na Via Pian de' Giullari, 36, em Florença, a Fundação Spadolini celebrará o centenário do nascimento do estadista e intelectual florentino com um evento de grande importância histórica e cultural: a estreia italiana do drama em cinco atos escrito em 1940 por um jovem Spadolini, com apenas 15 anos, juntamente com seu amigo e colega de classe Giulio Cattaneo.
Um "pecado adolescente", como o próprio Spadolini o definiu, imbuído da elegância e da leveza que mais tarde o distinguiriam na vida pública. A inspiração nasceu no segundo ano do ensino médio, quando os dois jovens de quinze anos, fascinados pela figura sanguinária de Ivan, o Terrível, conforme narrada por Alexei Tolstói — não o célebre autor de "Guerra e Paz", mas um dramaturgo e romancista russo pouco conhecido na Europa — ofereceram sua própria reinterpretação pessoal do personagem, em uma série de pinturas curtas e incisivas.
O texto de 1940, inacabado por muito tempo, foi repetidamente abordado para adaptação teatral. Cattaneo, amigo de Giorgio Albertazzi, tentou encená-lo com o ator, que guardou o manuscrito por um longo período, chamando-o de "uma demonstração surpreendente de maturidade e imaginação".
Entre o Natal de 1983 e a véspera de Ano Novo seguinte, Spadolini retornou àquelas páginas, publicando um fac-símile do manuscrito original com a Nuova Antologia (Polistampa). A estreia, mais uma vez com Albertazzi como protagonista, parecia iminente; no entanto, surgiram dificuldades organizacionais e a produção nunca viu a luz do dia, apesar de despertar curiosidade e aprovação entre os especialistas do setor.
"Mais de quarenta anos depois dessa oportunidade perdida", comentou Cosimo Ceccuti, presidente da Fundação Spadolini, "nossa Fundação convida Ugo De Vita, renomado autor, ator e professor universitário, para trazer o projeto de volta aos palcos, respeitando sua forma e essência originais: uma única apresentação com duração aproximada de uma hora, preservando os extensos monólogos." Além de Ugo De Vita, o elenco contará com Massimiliano Cardini, ator florentino com experiência em cinema com Martone e Sorrentino; Maurizio 'Iccio' Brunetti, que trabalhou com De Vita, Dapporto, Brunetti e Ivana Monti; e a jovem Giulia Guidi, formada pela Academia Alessandra Garrone em Bolonha.
"Esta produção é uma alegria e uma oportunidade importante para mim", explica Ugo De Vita, que também dirige o espetáculo. "Sou verdadeiramente grato à Fundação e a Cosimo Ceccuti. É uma honra retornar à dramaturgia destes extraordinários 'rapazes', mas também renovar a homenagem a Giorgio Albertazzi, um grande intérprete da nossa prosa, a quem dirigi no Hamlet de Luzi, como a voz do Fantasma, tendo ao meu lado Elisabetta Pozzi, que considero a maior atriz do nosso teatro, que hoje leciona no Stabile di Genova. O texto propõe temas e tópicos muito atuais, como os horrores da guerra e, mesmo antes disso, os conflitos familiares. Com a morte do filho do czar, Giovanni, uma verdadeira fogueira de sentimentos se acende no palco com fortes acentos de tragédia, no que será, para todos os efeitos, a estreia teatral do futuro Presidente do Senado e um fragmento da nossa história cultural, finalmente levado aos palcos." (por Paolo Martini)
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