Tapeçaria de Bayeux: Uma delicada transferência para um museu de Londres

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Para retirar a tapeçaria de sua vitrine, ela deve ser deslizada por um trilho, centímetro por centímetro. A operação é delicada. Cerca de cem pessoas envolvidas levarão sete horas para dobrar os 70 metros de tecido antes de encaixotá-la. Este é o primeiro passo de um processo que a levará à Inglaterra. A decisão de Emmanuel Macron de reconstruir os laços com o Reino Unido após a onda de frio do Brexit. Porque, para os ingleses, a Tapeçaria de Bayeux é sua história, mesmo que retrate a conquista do país por Guilherme, o Conquistador.

Mas especialistas há muito alertam para os perigos dessa jornada. Em 2020, um especialista no assunto ajudou a escrever um relatório destacando 24.000 manchas, 9.600 buracos e extrema fragilidade.

"Está muito deformado, dobrado. Vimos alguns rasgos", observa Thalia Bajon Bouzid, conservadora e restauradora têxtil. "Corre algum perigo se for para a Inglaterra?", pergunta a equipe da France Télévisions. Ao que a especialista responde: "Não quero comentar."

Para um jornalista que lançou uma petição contra esta viagem à Inglaterra, nada deve impedir a decisão presidencial. "Há uma 'força' para enviar esta tapeçaria quando sabemos, por todos os documentos publicados, que há um grande perigo para a obra. Isso não significa que ela será destruída, significa que corre o risco de ser seriamente danificada, e não podemos aceitar isso para uma obra tão importante", garante Didier Rykner, fundador do La Tribune de l'Art.com.

Por sua vez, o Ministério da Cultura garante que tudo será feito para encontrar as soluções mais adequadas para o transporte da obra-prima. Novos estudos estão em andamento. O maior perigo são as vibrações durante a viagem. Em que condições a tapeçaria chegaria a Londres? A resposta será anunciada no início do próximo verão.