Périgueux: Entre gestos crus e precisão caligráfica, Rony expõe na L'app'Art

O pintor e artista de rua expõe suas pinturas durante toda a semana na galeria Périgueux. Essas obras abstratas são marcadas por uma dualidade entre maestria técnica e espontaneidade gestual.
"Mistério": esta palavra aparece em todas as obras de Rony expostas desde 30 de junho na L'app'Art. As sete letras desta palavra estão afixadas em cada uma dessas pinturas sem que ninguém consiga distingui-las claramente. "O que eu gosto são letras, é caligrafia japonesa, chinesa, árabe", explica Rony.
O estilo do artista se divide em dois: pinturas cruas de um lado e pinturas meticulosas do outro. A exposição, portanto, joga com uma dualidade. Grandes painéis de fibra de madeira cobertos com acrílicos coloridos ficam de frente para pinturas menores desenhadas com marcadores. Para alguém que começou com arte de rua nas ruas de Toulouse, a criação permanece sempre crua em suas obras maiores. "Eu derrubo tinta, salpico", explica Rony. Foi também para redescobrir esse aspecto cru que ele escolheu "Isorel" como seu playground. São esses painéis de fibra de madeira comprimida que ele tanto aprecia. "Eles têm bordas arredondadas, são um pouco deformados e não necessariamente planos. É esse lado imperfeito que eu gosto."
Funciona por instintoO artista é muito produtivo em sua criação; leva menos de um dia para pintar uma de suas grandes pinturas. "A parte mais demorada é o tempo de secagem", ironiza Rony. Um tempo de secagem, no entanto, necessário, pois suas telas sobrepõem uma ampla paleta de cores. "Nas minhas pinturas, sigo o instinto, começo com uma cor para o fundo e o resto se segue. Parto do princípio de que todas as cores combinam", explica o artista.
"Não tento transmitir uma mensagem com minhas obras", diz Rony. Ele prefere dar livre curso à imaginação do observador. As pinturas não têm um significado exato, mas são inspiradas pela música que ele ouve enquanto as pinta. As músicas que ele ouve permanecem gravadas em suas obras. "O título que dou à pintura é o da música que estou ouvindo no momento em que as assino."
A exposição fica em cartaz até sábado, 5 de julho, no L'app'Art (10 rue Arago em Périgueux), das 14h30 às 18h30. Um encontro com o artista está marcado para quarta-feira, 2 de julho, às 18h30.
Dordogne Libre