O jazz heterodoxo do BadBadNotGood no festival Days Off

Pela primeira vez, o grande Salão Pierre-Boulez da Filarmônica de Paris, no 19º arrondissement, foi configurado com um fosso para o público em pé. E, entre esse público, o uso generalizado de bonés indica que ele não é, a priori, composto pelos amantes da música habituais do local. A onda de calor que atingiu a França pode ter algo a ver com isso, e mais certamente a mistura de fãs de jazz, hip-hop, soul e electro que vieram ouvir, no domingo, 29 de junho, uma banda que tem a particularidade de mesclar esses gêneros: BadBadNotGood – normalmente estilizada em letras maiúsculas.
Para sua décima quinta edição, o festival Days Off, organizado pela Philharmonie e cuja programação, apesar de compacta, é uma das mais atraentes do verão (com Beth Gibbons no dia 1º de julho, Bloc Party no dia 3 e Nick Cave no dia 5), recebeu para um concerto único na França o coletivo canadense criado em 2010. Rapidamente classificado na seção jazz porque seus três fundadores seguiram essa formação no Humber College, em Toronto. Influenciados por Miles Davis e John Coltrane, Albert Ayler e Sun Ra, eles também estavam imersos na cultura hip-hop. Em seus primeiros dias, eles fizeram covers de músicas dos nova-iorquinos A Tribe Called Quest e dos californianos Odd Future, cujos membros incluíam Tyler, The Creator e Frank Ocean. O primeiro apresentou BadBadNotGood, que se viu acompanhando o segundo no palco. Aprovado pelos rappers, o grupo também colaborou com outros pesos pesados, como Ghostface Killah (ex-Wu-Tang Clan) e Kendrick Lamar.
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Le Monde