Festival de Cinema de Veneza: Paolo Sorrentino retorna com La Grazia

Mistério em Veneza. Não sabíamos muito sobre La Grazia , o novo filme de Paolo Sorrentino , apresentado na noite de quarta-feira na abertura da Mostra , exceto que Toni Servillo se reencontrava pela sétima vez com o diretor de La Grande Bellezza . O ator está lá, e muito lá, em quase todas as cenas, com sua triste cara de tartaruga e sua voz aveludada. Ele interpreta Mariano De Santis, um presidente da República Italiana a poucos meses de deixar o Palácio do Quirinal, após sete anos reinando sem poder real.

Advogado, democrata-cristão, fiador da Constituição, homem de concessões moderadas em tudo – fuma um cigarro por dia –, De Santis é também um viúvo inconsolável e solitário, apesar da filha Dorotea, que o assiste, do amigo Papa (um africano com dreadlocks), do guarda-costas, dos antigos amigos do ensino médio (a exuberante Coco, a alpinista Ministra da Justiça). Ele é instado a assinar uma lei que autoriza a eutanásia, a perdoar uma mulher espancada que esfaqueou o marido e...