Chenonceau, a Acrópole ou o Castelo de If: o património fustigado e desafiado pelas alterações climáticas

Emmanuelle Héran, responsável pela estatuária abrigada nos Jardins das Tulherias e do Carrossel, administrados pelo Louvre, há dez anos, conhece profundamente o assunto. No inverno, a curadora cobre meticulosamente certas esculturas com capas à prova de geada. Todos os anos, ela também estabelece um rigoroso plano de restauração. Um protocolo meticulosamente planejado, que um capricho inesperado da Mãe Natureza interrompeu repentinamente em 2024.

Antecipando o turbilhão dos Jogos Olímpicos, que atrairiam centenas de milhares de visitantes às Tulherias, Emmanuelle Héran mandou limpar em abril de 2024 duas imponentes estátuas de Antoine-François Gérard, alegorias da História e da França vitoriosa, perto do Arco do Triunfo do Carrossel, que também havia passado por uma reforma nesse meio tempo. O verão está chegando, o sol está brilhando. O cartão-postal é perfeito.

Mas, em outubro, as duas estátuas recém-polidas estavam cobertas por um tapete de musgo verde intenso. A causa foram as chuvas recordes registradas em Paris no outono. "Tivemos que tratá-las novamente, mesmo não estando dentro do nosso orçamento", diz Emmanuelle Héran. "Graças a Deus, a primavera de 2025 está muito seca, até um pouco seca demais..." Agora, são os efeitos da seca e uma possível onda de calor que estão pressionando a curadora. "Faltam-nos perspectiva e experiência. Precisamos encontrar novos reflexos", afirma Emmanuelle Héran, otimista .

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