"Sei que às vezes minhas obras causam incompreensão": o artista Var Thierry Loulé expõe seu mundo colorido em Toulon

Uma explosão de cor. Um acúmulo de matéria. Rostos emergindo. Uma forma de introspecção também, já que algumas das telas escondem autorretratos. O artista Thierry Loulé assume a Galerie Estade em Toulon para apresentar alguns de seus trabalhos.
"Não vou reinventar a história da arte. Sei que às vezes minhas obras despertam incompreensão. Quando estou diante da minha tela, não me pergunto se ela vai agradar ou não." Atualmente radicado no bairro de Saint-Jean, o artista deixa seu lado primitivo se expressar. Quase animalesco. Com o pincel, com as mãos, com a faca, ele se transforma.
"Ele não é o mesmo quando pinta. Lá, você vê um homem calmo, mas ele é completamente diferente em seu ateliê", sorri Michel Estade, amigo de Loulé há vinte anos. Os dois homens têm uma relação especial. O pintor pode ligar para o galerista a qualquer momento para compartilhar suas dúvidas. Ele lhe envia fotos de suas pinturas em andamento. "Às vezes, sinto que estou me perdendo", suspira Thierry Loulé. Ele confidencia: "Eu ajo um pouco como se estivesse sob uma espécie de influência, quase um transe. Mas às vezes, leva tempo."
"Uma maneira de me comunicar comigo mesmo"Ele se alimenta de tudo ao seu redor, das pessoas que encontra na rua. "Meu cérebro captura coisas, transcreve-as em uma emoção. Muitas vezes me pergunto por que pinto pessoas. Acho que é apenas para me comunicar comigo mesmo. O que emerge das pinturas é uma parte de mim." Sua arte expressionista pode parecer difícil de acessar. No entanto, quando você se senta diante de uma de suas obras, seja você amador ou não, você se emociona. Cada um pode interpretá-la à sua maneira. Nas paredes da galeria, ele expõe seus retratos, mas também naturezas-mortas, mais vivas do que nunca, em todos os formatos.
Experimentando com cerâmicaOutra novidade para o artista: um campo de trabalho totalmente novo em cerâmica. Tendo ido para Portugal, ele se sentiu "como uma criança. No começo, fui para lá com um nó no estômago. Mas saí da minha zona de conforto e me diverti muito. Não existe mais material como na tela, mas ainda existe a gravura. Não consigo evitar de riscar", diz ele, rindo. Confessando: " Também é bom deixar um pouco a pintura de lado. É um meio forte e poderoso. Nas telas, há uma espécie de luta. Sinto mais liberdade no desenho — se você errar, rasga — ou na cerâmica."
Loulé não descarta explorar outros horizontes, mantendo ao mesmo tempo a necessidade visceral de pintar, sempre com a vontade “de não contar histórias às pessoas” , insiste.
Thierry Loulé na Galerie Estade, Toulon. Até 31 de outubro. Aberto de terça a sábado, das 10h às 18h30.
Nice Matin