Macacos, gambás e lagartos: as Ilhas Salomão no centro das exportações de animais exóticos
O arquipélago do Pacífico é há muito tempo o maior exportador legal de espécies raras. Mas a crescente conscientização sobre o bem-estar animal ameaça aqueles que vivem desse comércio. Isso não impediu que as cadeias de suprimentos clandestinas continuassem a prosperar. Um jornalista da ABC, a agência de notícias pública australiana, investigou.
Nos arredores de Honiara, capital das Ilhas Salomão, uma fileira de gaiolas de metal ergue-se na encosta de uma colina arborizada. Pássaros grasnam e se agitam lá dentro. Um calau-grande cutuca o arame com seu bico enorme e curvo, e outro, particularmente agitado, anda de um lado para o outro entre seu poleiro e o chão. Amontoados ao lado deles, estão papagaios vermelhos e verdes, pombos arrulhando suavemente e cacatuas brancas com penas um tanto amarronzadas pela terra.
Além dessas gaiolas, a floresta se estende até onde a vista alcança. À sua frente, uma caixa de madeira esconde um emaranhado de cobras. Mosquitos zumbem no ar úmido. Esses animais em cativeiro estão no limbo, aguardando para serem enviados a colecionadores particulares e comerciantes de animais exóticos ao redor do mundo. Angelina Palmer, conhecida como Angie, se move de um recinto para outro com seus colegas, verificando as rações de comida e reabastecendo a água. "Essas aves irão para a Jordânia e a Malásia", anuncia ela, batendo suavemente na tela de arame para acalmar a agitação do calau.
Mas, por enquanto, esses espécimes estão em terra. A Fiji Airways, uma das únicas companhias aéreas que atendem as Ilhas Salomão, proibiu o transporte de animais vivos em nome do bem-estar animal.
Courrier International