Leão XIV reflete sobre justiça, dinheiro e vida

Papa Leão XIV
EFE
No último fim de semana, o Papa Leão XIV presidiu o Jubileu dos Trabalhadores da Justiça, celebrou a Eucaristia na paróquia de Santa Ana e mais uma vez lembrou a difícil situação da terra "martirizada" de Gaza.
Mas antes de nos aprofundarmos nessas duas questões importantes e sempre presentes, vamos relembrar as palavras que o Papa enviou, em vídeo, aos participantes da Marcha pela Vida de Chicago, organizada pela Fundação Les Turner ALS. No fim das contas, tudo está conectado porque ele abordou outro tema abrangente: a própria vida.
Aqui está a citação: "A qualidade da vida humana não depende dos resultados alcançados. A qualidade de nossas vidas depende do amor. Em seu sofrimento, você pode experimentar uma profundidade de amor humano nunca antes vista. Você pode crescer em gratidão por tudo o que aconteceu e por aqueles que agora se importam com você." VOCÊ PODE SE INTERESSAR EM: A CGR descobriu que Nueva EPS tem US$ 15,3 bilhões em adiantamentos pendentes de legalização. Esta mensagem foi enviada naquele mesmo sábado, horas depois de Leão XIV se encontrar com os trabalhadores do mundo da justiça durante seu Jubileu. O Papa aproveitou a ocasião para lembrar que "a justiça evangélica [a do filho pródigo, a dos trabalhadores da vinha...] não se separa da justiça humana, mas a questiona e a transforma: a impele a ir além, porque a direciona para a busca da reconciliação".

“A qualidade da vida humana não depende dos resultados alcançados. A qualidade de nossas vidas depende do amor”, disse Leão XIV.
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E prosseguiu dizendo que o mal não deve ser apenas punido, mas também reparado: "Isso exige um olhar profundo para o bem das pessoas e para o bem comum. É uma tarefa difícil, mas não impossível para aqueles que, conscientes de realizar um serviço mais exigente que os outros, se comprometem a manter uma vida irrepreensível". Refletiu também sobre a necessidade de recuperar valores esquecidos na convivência, como a defesa da vida humana desde o seu início, diante daqueles que a desprezam, negando "direitos fundamentais à existência pessoal" e desrespeitando "a consciência da qual nascem as liberdades".
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Depois de citar Santo Agostinho para afirmar que a justiça deve ser forte e temperante, ele acrescentou que tender para a justiça "requer amá-la como uma realidade que só pode ser alcançada por meio da união de atenção constante, abnegação radical e discernimento perseverante".

Em sua opinião, o mal não deve se limitar a ser punido, mas deve ser reparado.
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Em sua visão, quem exerce a justiça se coloca a serviço do povo, do povo e do Estado, com dedicação plena e constante. A grandeza da justiça não diminui quando aplicada em pequenas questões, mas sempre se destaca quando exercida com fidelidade à lei e respeito à pessoa, em qualquer lugar do mundo.
Seu discurso concluiu com uma reflexão sobre a realidade de tantos países que têm fome e sede de justiça, porque suas condições de vida são "injustas e desumanas ". Ele citou novamente Santo Agostinho para dizer que "um Estado não pode ser governado sem justiça" e, portanto, não há Estado sem justiça.
Alertas de dinheiroAs palavras do Papa neste domingo foram marcadas pelo trecho do Evangelho proclamado naquele dia, que contém o famoso "não se pode servir a dois senhores; não se pode servir a Deus e ao dinheiro".
Ele falou sobre isso na Eucaristia que presidiu na paróquia de Santa Ana, no Vaticano, confiada aos seus irmãos agostinianos . O novo Prior Geral, Padre Joseph Farrell, estava presente, assim como Gioele Schiavella, um padre agostiniano que havia sido pároco ali e estava comemorando seu 103º aniversário. Leão XIV o citou em sua homilia.
A mensagem era clara: " Quem serve a Deus se torna livre das riquezas, mas quem serve às riquezas se torna seu escravo". Um pouco mais tarde, durante a oração do Angelus, ele voltou a este tema: "Devemos usar os bens do mundo e nossas próprias vidas tendo em mente a verdadeira riqueza, que é a amizade com o Senhor e com nossos irmãos".
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E ele levantou uma questão: "Como estamos administrando os bens materiais, os recursos da Terra e a vida que Deus nos deu? Podemos seguir o critério do egoísmo, priorizando a riqueza e pensando apenas em nós mesmos; mas isso nos isola dos outros e espalha o veneno de uma competição que muitas vezes provoca conflitos. Ou podemos reconhecer que devemos administrar tudo o que temos como um dom de Deus e usá-lo como instrumento de partilha, de criação de redes de amizade e solidariedade, de construção do bem, de construção de um mundo mais justo, mais equitativo e mais fraterno."CONSTANZA GOMEZ GUASCAR, EDITORA DE NEGÓCIOS E ECONOMIA
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