Morrem por não prevenir doenças não transmissíveis

COPENHAGUE (EFE).— Doenças não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas, causam 1,8 milhão de mortes evitáveis a cada ano somente na Europa, informou ontem a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O relatório da OMS-Europa destaca que um em cada cinco homens e uma em cada dez mulheres morrem antes dos 70 anos devido a essas doenças, que podem ser prevenidas com medidas eficazes de saúde pública ou tratadas com acesso a cuidados de saúde de qualidade.
Sessenta por cento dessas doenças estão ligadas a fatores evitáveis, como consumo de álcool e tabaco, hipertensão, dietas pouco saudáveis, obesidade e sedentarismo. As perdas de produtividade associadas a essas mortes têm um custo estimado de US$ 514 bilhões anualmente, segundo a OMS.
A agência alertou que o progresso na redução de mortes prematuras por essas doenças foi interrompido pela pandemia de COVID-19 e que a região europeia, que inclui 52 países (incluindo várias ex-repúblicas soviéticas e a Rússia), está a caminho de não atingir suas metas de 2025 e 2030.
Embora as diferenças entre os países tenham diminuído desde 2010, algumas diferenças continuam notáveis, como o fato de que os fatores de risco estão aumentando no Leste e que a mortalidade é desproporcionalmente alta entre os homens.
O estudo destaca que dez países (Bélgica, Dinamarca, Estônia, Israel, Cazaquistão, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça) já alcançaram a meta de 2025 de reduzir em 25% a mortalidade prematura pelas quatro principais doenças crônicas não transmissíveis. Essas nações têm em comum a implementação de medidas eficazes contra essas doenças, a redução da prevalência de fatores de risco e o fortalecimento dos sistemas de resposta à saúde.
Outros 26 países ainda poderão atingir essa meta de redução se mantiverem e intensificarem seus investimentos em prevenção e tratamento de doenças.
“As doenças crônicas não transmissíveis não são apenas preveníveis ou tratáveis, como também são amplamente ignoradas. Mas a verdade é que, se fossem um vírus, haveria um lockdown global”, disse o diretor da OMS-Europa, Hans Kluge, em um comunicado.
Kluge enfatizou que promover políticas de prevenção é uma "decisão política" e que a alta carga dessas doenças nas sociedades não é "inevitável".
O relatório inclui várias recomendações, como reduzir a exposição a fatores de risco e fortalecer os sistemas de resposta, promover medidas multissetoriais, investir em controle de alta qualidade e integrar prevenção e tratamento às estruturas nacionais de resposta a emergências.
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