Há menos gravidezes na adolescência, mas as mães estão ficando menores.

Embora o número de gravidezes em mulheres adolescentes, consideradas como tal quando a mãe tem entre 12 e 19 anos, tenha diminuído em Jalisco nos últimos anos, Foi identificado que as mães estão ficando cada vez mais jovens.
O anúncio foi feito pela Dra. Patricia Romo Huerta, chefe da Clínica de Atendimento à Adolescente Grávida do Novo Hospital Civil Juan I. Menchaca, em Guadalajara, que explicou, usando dados de pacientes adolescentes grávidas atendidas nos Hospitais Civis de Guadalajara, que a idade média das gestações em menores de idade é entre 15 e 18 anos, embora nos últimos anos o número de pacientes abaixo dessa faixa etária tenha aumentado.
"A idade média geralmente fica entre 15 e 18 anos. Mas isso não significa que não tenhamos meninas de 14, 13 e até 12 anos ou menos. Em 2024, por exemplo, tínhamos seis meninas de 13 anos (grávidas) e 26 meninas de 14 anos. Agora, temos oito meninas de 12 anos, 10 meninas de 13 anos e 11 meninas de 14 anos. A média de idade, como eu disse, está entre 15 e 18 anos, mas isso me diz que o número de meninas mais jovens (grávidas) está aumentando", lamentou o especialista em uma coletiva de imprensa no Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência, comemorado todo dia 26 de setembro.
Além disso, o Dr. Ernesto Ledezma Hurtado, Chefe do Serviço de Obstetrícia do Antigo Hospital Civil Fray Antonio Alcalde de Guadalajara, alertou que também já ocorreram mortes maternas dessas pacientes: em 2024, foi registrada a morte de uma adolescente grávida e, até o momento, em 2025, foi registrada mais uma morte.
LEIA: San Miguel el Alto celebra suas festividades de 2025Embora esta seja uma amostra relacionada ao atendimento prestado pelo Hospital Civil de Guadalajara, Ele reflete uma visão geral de como e em que circunstâncias ocorrem as gravidezes entre adolescentes entre 12 e 19 anos, apesar de essas gestações terem diminuído nos últimos anos.
De acordo com o Grupo Estadual de Prevenção da Gravidez na Adolescência de Jalisco (Gepeajal), em 2018, foram registrados 21.734 nascimentos cujas mães tinham entre 10 e 19 anos no momento do parto. No entanto, até o final de 2023, havia 15.401 casos.
Em setembro de 2024, segundo o número mais recente relatado pelo Gepeajal, havia 10.395 bebês resultantes de gestações na adolescência.
Outro dado que mostra a queda geral nas gestações na adolescência é o Porcentagem de Gravidez na Adolescência do Ministério da Saúde, que afirma que 13,8% das gestações registradas em Jalisco de janeiro a julho deste ano foram entre mulheres entre 10 e 19 anos.
O número é ligeiramente inferior aos 14,49% reportados em 2024, embora mostre que as gravidezes na adolescência persistem, tendo diminuído apenas 1% entre 2021 e até agora em 2025 (14,8% e 13,8% respetivamente).
Somente no Hospital Civil de Guadalajara, atualmente são realizados 201 atendimentos pré-natais para adolescentes, sendo realizadas 105 cesáreas e 151 partos. Essas mães também receberam 403 atendimentos psicológicos, disse a Dra. Ledezma Hurtado em uma coletiva de imprensa.
No geral, ele afirmou, este é um problema de saúde pública, com Jalisco ocupando o quinto lugar no país em gravidez na adolescência, enquanto o México é o país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a maior taxa de gravidez na adolescência do mundo, com 77 em cada mil adolescentes entre 15 e 19 anos.
Os 10 estados mexicanos com mais gravidezes na adolescência em 2024:1.- Estado do México: 6.243 2.- Chiapas: 5.112 3.- Puebla: 3.884 4.- Veracruz: 3.738 5.- Jalisco: 3.357 6.- Guanajuato: 2.992 7.- Michoacán: 2.842 8.- Guerreiro: 2.460 9.- Oaxaca: 2.434 10.- Chihuahua: 2.181
Fonte: Ministério da Saúde Pública
Gravidezes na adolescência estão associadas à violência não identificada.Segundo a Dra. Patricia Romo Huerta, responsável pela Clínica de Atenção à Adolescente Grávida do Novo Hospital Civil de Guadalajara, Dr. Juan I. Menchaca, Hoje em dia, em Jalisco, nem todas as gravidezes de adolescentes são causadas por estupro, mas sim porque as adolescentes procuram esse tipo de estupro. , ou seja, aquelas que desejam conscientemente engravidar ou ter filhos como resultado de uma gravidez indesejada.
“Antes, falávamos sobre estupro, mas agora elas buscam a causa e não entendem que seus corpos ainda não são capazes de gerar esses bebês. Elas ainda estão crescendo, então ter um bebê é um problema maior. É por isso que precisamos enfatizar os riscos dessas gestações para o bem-estar da mãe e do bebê”, disse o médico.
Isso, ela explicou, muitas vezes se deve às diversas formas de violência que elas vivenciam em seus relacionamentos com seus parceiros, que, na maioria dos casos, decorrem de formas não identificadas de violência.
“Muitas das nossas adolescentes não sabem que estão sofrendo violência; acham que um tapa é normal e que é porque são amadas. Mas não se trata apenas de violência física; há também violência psicológica e econômica. Das 354 pacientes que atendemos no Hospital Civil 256, podemos dizer que elas relataram sinais de alguma forma de violência. Precisamos ensinar às nossas meninas o que é violência, para que elas não a aceitem. É aí que entram os nossos departamentos de psicologia, para que possam identificá-la, para que possam se tornar mais conscientes e construir autoestima”, disse a Dra. Romo.
Ela ressaltou que isso se aplica até mesmo a estupros que não parecem ser estupro, porque elas consideram as relações sexuais consensuais — ou seja, estão sendo estupradas —, mas aceitam isso justamente por causa dessas formas inconscientes de violência, como a violência econômica ou a necessidade de afeto. “Às vezes, elas decidem ter esse bebê para não ficarem para trás e continuarem com esses parceiros”, acrescentou a Dra. Patricia Romo.
Além disso, comentaram os especialistas, foi identificado que, nos casos em que as mães são adolescentes, seus parceiros são cerca de quatro anos mais velhos que elas, embora haja casos em que o pai do bebê é até 20 anos mais velho. "Isso é o que nos chama a atenção; felizmente, não é a maioria, mas já estamos estudando esse problema porque ele está ocorrendo", comentou o Dr. Romo.
Você pode estar interessado em: Começa a 5ª campanha de doação de sangue "Coração de Pantera".Além disso, disse que, com base no protocolo seguido nos Hospitais Civis de Guadalajara para o atendimento de pacientes adolescentes grávidas, quando se identifica que o pai do bebê é maior de 18 anos e a mulher é menor de idade, solicita-se a intervenção do Ministério Público da Procuradoria-Geral do Estado para apurar responsabilidades e processar os casos que se fizerem necessários.
De modo geral, apontaram os especialistas, nesse sentido a gravidez na adolescência coloca a mulher em dupla vulnerabilidade, A primeira delas é a violência inconsciente que elas vivenciam, e a segunda são os desafios que elas precisam enfrentar como mães jovens, tanto em termos de saúde, economia e educação.
A psicóloga Michelle Anahí Ramírez, chefe do Departamento de Psicologia Obstétrica do Hospital Civil Fray Antonio Alcalde, acredita que não se trata apenas de ensinar aos adolescentes sobre métodos contraceptivos, mas também de fornecer informações sobre o que implica ter um filho, em termos financeiros e de responsabilidades, além de aconselhamento psicológico para orientá-los em um plano futuro.
“Nessas idades, não ouvimos muito dos pais, das crianças e dos nossos adolescentes, porque eles são rebeldes. No entanto, eles estão em processo de autocompreensão de seus corpos, e é necessário reconhecer que é importante que os pais também sejam educados sobre sexualidade e consigam falar sobre isso com os nossos filhos sem julgamentos, para poderem falar livremente sobre isso. Mas, para isso, também precisamos reeducar os pais”, comentou a professora Michelle Ramírez.
A reeducação parental, afirmou a Dra. Leonor Hernández Galindo, responsável pela Clínica de Atenção à Adolescente Grávida, também desempenha um papel, pois a gravidez na adolescência também é resultado de fatores sociodemográficos, como gênero, nível educacional, situação profissional, renda e local de residência, entre outros. "Quando ocorre uma gravidez na adolescência, as complicações se tornam financeiras. Elas se sentem emocionalmente instáveis porque não sabem como sustentar o bebê que já têm; param de ir à escola, seu mundo muda e elas não têm mais como sustentar o bebê, então todas essas responsabilidades são transferidas para os pais", lamentou a psicóloga.
Tanto Michelle Anahí Ramírez quanto Ernesto Ledezma Hurtado concordaram que a conscientização deve ir além do ensino médio, já que os adolescentes de hoje estão iniciando sua vida sexual nas primeiras etapas do ensino médio (12 a 15 anos). "Então temos que ir para os estágios iniciais, em direção aos anos posteriores, onde temos que falar sobre esses tópicos abertos de sexualidade, e conscientizar os pais, porque eles são o primeiro pilar que temos que alcançar”, disse Ledezma Hurtado.
Não se trata apenas de controle de natalidadeEm linhas gerais, e considerando todo o exposto, os especialistas afirmaram que não se trata apenas de uma questão de desconhecimento sobre métodos contraceptivos, mas sim de uma situação abrangente que requer atenção, principalmente para os adolescentes, para que possam identificar tais formas de violência e evitar que sejam manipulados para a prática sexual, seja por falta de autoestima, por questões econômicas ou por atenção.
Eles observaram que é crucial que mães, pais e responsáveis estabeleçam relacionamentos próximos desde a infância para que, ao chegarem à adolescência, haja abertura para discutir todas essas questões. Caso contrário, correm o risco de cair nessas situações perigosas devido à rebeldia ou à falta de autoestima, o que pode levar jovens a engravidar precocemente.
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MV
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