Dor lombar será tratada com IA
BARCELONA (EFE).— Um consórcio internacional de pesquisa liderado pela Universidade Pompeu Fabra (UPF), na Espanha, desenvolveu técnicas inovadoras baseadas em inteligência artificial (IA) para identificar e tratar a degeneração da coluna, considerada uma das principais causas de dor lombar.
O projeto, chamado Disc4All, começou em novembro de 2020 e foi concluído recentemente com o apoio da Comissão Europeia por meio das Ações Marie Sklodowska-Curie (MSCA).
"Criamos ferramentas de IA e simulação computacional que nos permitem avançar no diagnóstico clínico com mais precisão", disse Jérôme Noailly, chefe do Departamento de Biomecânica e Mecanobiologia da UPF.
Os modelos computacionais e biomecânicos desenvolvidos pela equipe permitem uma detecção mais clara das causas da degeneração espinhal e o desenvolvimento de tratamentos personalizados. "É um pouco como quando astrônomos descrevem fenômenos distantes sem realmente vê-los; eles usam modelos complexos, e é isso que estamos fazendo aqui", explicou Noailly.
União de disciplinas
A pesquisa reuniu especialistas em ciência da computação, biologia, biomecânica e medicina de oito países europeus e coordenou 15 projetos de doutorado. "Essa integração excepcional de disciplinas possibilitou a criação de modelos preditivos adaptados às necessidades clínicas", acrescentou o líder do projeto.
A IA possibilitou o processamento de dados complexos de exames médicos, ensaios laboratoriais e simulações computacionais. "Conseguimos identificar fatores de risco objetivos, bem como dados psicológicos e demográficos que podem influenciar a dor lombar", explicou Noailly.
Entre os avanços alcançados está a identificação de potenciais biomarcadores relacionados à dor, não analisados clinicamente anteriormente. "Discos intervertebrais também foram modelados matematicamente para refletir alterações patológicas biológicas", observa o relatório publicado na plataforma Cordis da União Europeia.
O objetivo agora é levar essas tecnologias para o ambiente hospitalar. "Esses modelos podem aprimorar as leituras de ressonância magnética e ampliar as informações clínicas sobre fatores difíceis de mensurar com métodos tradicionais", disse o pesquisador da Universidade Pompeu Fabra.
Doze instituições beneficiárias e oito organizações parceiras participaram, incluindo o Barcelona Supercomputing Center, o King's College London, a Universidade de Sheffield, a Universidade de Liège e o Instituto de Tecnologia de Rochester. As organizações colaboradoras são da Espanha, Reino Unido, Itália, Bélgica, Suíça, Grécia, Finlândia e Estados Unidos.
Num relance
Dor lombar
É a principal condição abordada pelo consórcio Disc4All usando modelos preditivos computacionais que permitem a detecção de fatores biomecânicos e biológicos envolvidos na degeneração vertebral.
Simulação
A ferramenta desenvolvida por pesquisadores europeus combina inteligência artificial com biomecânica para representar matematicamente a deterioração dos discos intervertebrais e prever riscos clínicos em pacientes.
Colaboração internacional
O Disc4All reuniu cientistas, universidades e centros médicos de oito países para desenvolver soluções interdisciplinares usando inteligência artificial para o tratamento de dor crônica na coluna.
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