A ciência diz que NEM todo mundo deve beber leite, muito menos diariamente.

Durante décadas, o leite ocupou um lugar de destaque em muitas culturas como símbolo de boa saúde e nutrição, especialmente na infância. No entanto, nos últimos anos, surgiram debates sobre se o consumo diário na idade adulta é realmente benéfico.
Benefícios nutricionais do leiteDo ponto de vista nutricional, o leite é uma fonte rica de vários nutrientes essenciais:
- Cálcio: essencial para manter ossos e dentes fortes.
- Proteínas de alta qualidade: importantes para o desenvolvimento e reparo dos tecidos.
- Vitaminas D e B12: vitais para a saúde óssea, função imunológica e produção de glóbulos vermelhos.
- Potássio e fósforo: Minerais essenciais para a função celular e manutenção da pressão arterial.

De acordo com a Academia de Nutrição e Dietética e outras organizações internacionais, incorporar uma quantidade moderada de produtos lácteos na dieta Pode ajudar a atender às necessidades diárias de cálcio e prevenir a osteoporose, especialmente em mulheres na pós-menopausa e adultos mais velhos.
Todos podem se beneficiar igualmente?A resposta depende do contexto individual. Muitas pessoas toleram e digerem bem o leite, mas há grupos que podem não se beneficiar do consumo diário:
- Intolerância à lactose: afeta uma grande porcentagem da população mundial, especialmente na Ásia, África e América Latina. Essas pessoas não conseguem digerir bem o açúcar natural do leite (lactose), o que causa desconfortos como gases, inchaço ou diarreia.
- Alergia à proteína do leite: mais comum em crianças pequenas, mas em alguns casos pode persistir na idade adulta.
- Pessoas em dietas veganas ou restritivas: aquelas que optam por eliminar todos os produtos de origem animal, incluindo leite. Nesses casos, alternativas à base de plantas enriquecidas com cálcio e vitamina D (como leite de amêndoa, soja ou aveia) devem ser buscadas.
As evidências científicas não são completamente conclusivas, mas oferecem alguns insights importantes:
- Saúde óssea: Alguns estudos sugerem que o consumo regular de leite durante a infância e a adolescência pode contribuir para a melhora da densidade óssea. No entanto, em adultos, os resultados são mais mistos. Um artigo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition observa que, embora os laticínios possam ajudar a manter a massa óssea, eles por si só não garantem proteção contra fraturas.
- Saúde cardiovascular: Estudos recentes questionaram a ideia de que a gordura dos laticínios é necessariamente prejudicial. Algumas pesquisas, como a publicada na revista The Lancet, indicam que laticínios integrais, consumidos com moderação, não estão associados ao aumento do risco cardiovascular e podem até ter um efeito protetor.
- Peso corporal: Há evidências que sugerem que laticínios podem ajudar a controlar o apetite devido ao seu alto teor de proteína. Alguns estudos associam o consumo moderado de leite à melhora do controle do peso, embora este não seja um fator determinante por si só.
Para a maioria dos adultos saudáveis, beber um copo de leite por dia (cerca de 200-250 ml) pode fazer parte de uma dieta balanceada, desde que não haja intolerância, alergia ou outra condição médica que o impeça. Também é importante considerar o resto da sua dieta: se você já consome outros laticínios (como iogurte ou queijo), não há necessidade de se concentrar especificamente no leite líquido.
Quem prefere evitar o leite tradicional tem opções válidas, como bebidas à base de plantas enriquecidas com cálcio, vitamina D e B12. No entanto, é importante verificar os rótulos, pois muitos contêm açúcares adicionados ou têm menos proteína do que o leite de vaca.
Em todos os casos, é aconselhável consultar um profissional de saúde ou nutricionista para adequar o consumo às necessidades individuais.
LEIA: "Mouth tape" é a nova e perigosa tendência de dormir com fita adesiva na boca.Beber um copo de leite diariamente pode ser benéfico para muitas pessoas como parte de uma dieta saudável, mas não é essencial nem adequado para todos. O segredo é moderação, tolerância individual e variedade alimentar. A ciência comprova seu valor nutricional, mas também reconhece que existem alternativas válidas para quem não consome laticínios.
BB
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