Notas que viram fertilizantes: Colômbia aposta na reutilização de papel-moeda

A Colômbia fez a diferença em um dos eventos mais importantes do mundo para impressão de alta segurança. No "High Security Printing Latin America 2025", realizado no Rio de Janeiro, a empresa colombiana Biobanknote apresentou uma solução única no setor: um sistema de compostagem que transforma resíduos de cédulas danificadas em fertilizante para o solo.

Esta proposta, que visa reduzir o impacto ambiental do setor de numerário, recebeu a atenção de gráficas internacionais, representantes de bancos centrais e partes interessadas no ecossistema de segurança de documentos. Em todo o mundo, aproximadamente 24.000 toneladas de resíduos de cédulas são produzidas a partir de cédulas retiradas de circulação.

Com esta inovação, a Biobanknote busca se posicionar como pioneira regional em sustentabilidade aplicada à impressão de cédulas, setor tradicionalmente associado a processos poluentes e altamente industriais.

A solução consiste em utilizar o lodo e os resíduos gerados durante a impressão para convertê-los em aditivos agrícolas, contribuindo para um modelo de economia circular que já está gerando interesse além das fronteiras da Colômbia.

Para cada 10 toneladas de lodo de impressão de notas tratado organicamente, é como se plantássemos 830 árvores e reduzíssemos as emissões de CO2 em 30 toneladas.

Durante o evento, também foram discutidos avanços em tecnologias de segurança, autenticação e prevenção a fraudes, mas foi a proposta ambiental da Biobanknote que se destacou pela visão transformadora e impacto tangível no meio ambiente.

"Nossa inovação consiste em incorporar resíduos do ciclo de caixa em sistemas de compostagem que atendem aos padrões colombianos e europeus. Cada vez mais players desse setor estão investindo em soluções sustentáveis, e isso confirma que estamos no caminho certo", disse Rafael Eduardo Cruz, gerente da BioBanknote.

O próximo evento de Impressão de Alta Segurança acontecerá em Bogotá em 2026, reforçando ainda mais o papel de liderança da Colômbia neste setor.

Jornalista de Meio Ambiente e Saúde