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'Queremos pensar na sustentabilidade como um compromisso em que uma empresa não gera apenas lucro'

'Queremos pensar na sustentabilidade como um compromisso em que uma empresa não gera apenas lucro'
Para a Ingenio Providencia, a sustentabilidade abrange não apenas o componente ambiental, mas também ações sociais que visam transformar positivamente a vida de seus funcionários e das comunidades vizinhas. Angie Riascos, diretora de sustentabilidade da empresa, enfatizou em entrevista ao EL TIEMPO que, além dos benefícios econômicos, a empresa investiu em bolsas de estudo universitárias, treinamento para líderes comunitários e programas de desenvolvimento psicossocial para crianças, com um investimento que ultrapassou 33 bilhões de pesos somente em 2024.

Providencia investiu mais de US$ 33 bilhões em sustentabilidade social e ambiental até 2024. Foto: Ingenio Providencia

Em termos ambientais, a Providencia assumiu compromissos ambiciosos: reduzir suas emissões diretas em 50% até 2030. Isso foi alcançado por meio do uso de fontes de energia renováveis, da modernização dos sistemas de irrigação e de uma forte política de controle biológico de pragas que minimiza o uso de agroquímicos. Além disso, a fábrica adotou processos de economia circular e transição energética em suas operações industriais e agrícolas.
Um dos projetos mais emblemáticos é o de restauração ecológica, que converteu antigas terras produtivas em um parque ecológico que abriga mais de 440 espécies de aves e mamíferos, fortalecendo corredores biológicos em ecossistemas como a floresta tropical seca e a floresta alta andina. O objetivo não é apenas regenerar a biodiversidade, mas também consolidar esses espaços como centros de ciência cidadã e observação de aves.
O que a Providencia está fazendo em termos de sustentabilidade e como isso está impactando suas comunidades e seus funcionários?
A Providencia assumiu um compromisso de triplo impacto, no qual temos um pilar social, no qual nos comprometemos a criar oportunidades de desenvolvimento para seus stakeholders. Aqui, queremos destacar dois focos principais: os trabalhadores e suas famílias; e as comunidades do entorno da usina. Essas comunidades vivem próximas aos canaviais ou nas vilas e aldeias onde a operação opera.
Como essas oportunidades de desenvolvimento foram traduzidas?
No ano passado, investimos cerca de 33 bilhões de pesos em benefícios para trabalhadores e comunidades. Desse total, 21 bilhões de pesos foram um investimento direto em nossos 3.000 trabalhadores diretos. Esses fundos são distribuídos por meio de benefícios não legais, bônus e bolsas de estudo para os filhos dos trabalhadores. Se um trabalhador rural hoje deseja que seu filho estude na Universidad de los Andes, a Providencia paga por isso. São 130 bolsas de estudo anuais, que se alternam. Acreditamos que a educação tem sido um motor fundamental da transformação individual e coletiva.

Usina de Açúcar Providencia, no Vale do Cauca. Foto: Usina de Açúcar Providencia

E quais ações vocês realizam diretamente com as comunidades?
Há um investimento de US$ 7 bilhões ou US$ 8 bilhões de pesos que beneficiou diretamente 7.600 pessoas. Tudo está voltado para o desenvolvimento das capacidades existentes. Por exemplo, temos uma Escola de Líderes que treina 35 pessoas por ano em mecanismos de participação, supervisão e desenvolvimento de projetos comunitários. Em 2024, dos sete projetos formulados, quatro foram implementados, e eles conseguiram arrecadar US$ 600 milhões de pesos em chamadas públicas para suas comunicações. Isso é impacto real.
Que outros programas sociais você destacaria?
Oferecemos bolsas de estudo para jovens brilhantes da comunidade que não têm recursos para estudar em cidades como Cali, Buga ou Palmira. Além disso, há um programa chamado Cultivando Talentos, que já impactou mais de 400 crianças com atividades extracurriculares, como teatro, pintura, robótica, artes marciais e esportes. Isso é acompanhado por trabalho psicossocial para desenvolver habilidades socioemocionais.

Providencia foi a primeira usina a produzir açucar orgânico no país, há 26 anos. Foto: Usina Providencia

Voltando ao componente ambiental, como tornar a produção de cana-de-açúcar mais sustentável? De qualquer forma, ainda é uma monocultura...
Há uma percepção equivocada. A Colômbia tem 114 milhões de hectares, dos quais apenas 13% são usados ​​para agricultura. A cana-de-açúcar representa cerca de 200.000 hectares, muito menos do que o café ou o arroz. No entanto, reconhecemos que o agronegócio é intensivo em recursos, e é por isso que assumimos compromissos concretos.
Quais compromissos ambientais você assumiu?
Trabalhamos com o uso responsável dos recursos e a conservação da biodiversidade. Modernizamos nossos sistemas de irrigação para torná-los mais eficientes, alcançando uma redução de 50% no consumo de campo. Somos a usina com os sistemas de irrigação mais eficientes do país. Além disso, a caldeira possui precipitador eletrostático e utilizamos fontes renováveis, como bagaço e palha de cana-de-açúcar, o que nos permitiu reduzir nossas emissões diretas em 19% em 2024, em comparação com 2023.

Angie Riascos Rojas, diretora de sustentabilidade do Ingenio Providencia. Foto de : Ingenio Providencia

Quais metas você definiu para reduzir as emissões e como planeja alcançá-las?
Queremos reduzir nossas emissões em 50% até 2030. Estamos substituindo combustíveis fósseis, eletrificando poços profundos, testando veículos elétricos e a gás para o transporte de cana-de-açúcar e promovendo o cultivo reduzido. As plantações de cana-de-açúcar orgânica também exigem mais mão de obra do que as convencionais, o que traz benefícios ambientais e sociais.
O que você está fazendo na restauração de ecossistemas?
Temos um projeto chamado Parque Ecológico Providencia para restaurar florestas secas tropicais e altas andinas. Começamos com 100 hectares e agora estamos com 114. Plantamos mais de 363.000 espécies em florestas secas e 13.000 em florestas altas andinas. Trabalhamos com nossos próprios viveiros e empregamos pessoas da comunidade. Fazemos isso com parceiros como a Fundação Río Cerrito.
Que resultados você observou na biodiversidade?
Observamos um aumento na presença de aves: hoje, 30% das espécies registradas no Vale do Cauca estão presentes em nossos ecossistemas restaurados. Além disso, com armadilhas fotográficas, documentamos mais de 4.000 espécies, incluindo mamíferos. Queremos que a fazenda se estabeleça como um destino de observação de aves e ciência cidadã, participando de eventos como o Global Big Day e o October Big Day.
Qual o lugar da sustentabilidade na visão empresarial?
Desde a década de 1960, a Providencia criou uma escola para os filhos de seus funcionários. Hoje, essa escola é uma das melhores do Vale do Cauca. Sustentabilidade para nós não é uma moda passageira; faz parte do nosso DNA corporativo. Somos a única usina de açúcar do mundo certificada como Corporação B e acreditamos que o desenvolvimento econômico deve ser acompanhado por um impacto social e ambiental positivo. Queremos pensar na sustentabilidade como um compromisso em que uma empresa não apenas gera lucro, mas também deve contribuir para a solução de problemas sociais e ambientais, pois essa é uma das ferramentas. Como contribuímos para fechar as lacunas em educação e qualidade nas áreas rurais por meio de nossas ações? Tem a ver exatamente com isso.
E em termos de diversificação de negócios, que linhas vocês desenvolveram?
Produzimos açúcar convencional e orgânico (e fomos pioneiros nesse setor há 26 anos), álcool combustível, álcoois especiais para as indústrias farmacêutica e de beleza, eletricidade a partir de biomassa e fertilizantes orgânicos. Também estamos desenvolvendo uma nova linha de negócios que anunciaremos em breve.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo

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